Eu não curti esse filme na época. Teve gente que gostou. Em matéria de "filme gay" no grande circuito de Hollywood, SERÁ QUE ELE É? (1997) fazia parte do pouco que a gente tinha nos anos 90. Era gostar ou odiar porque não havia outra coisa. Rapaz, como esse filme envelheceu mal, e ele já não era grande coisa. O que mais incomoda é o óbvio, o filme é (e sempre foi) uma comédia para fazer hétero rir. Ele foi baseado numa história real. Quando Tom Hanks ganhou o Oscar por "Filadélfia", ele mandou agradecimentos para um professor, que é gay. No filme, Matt Dillon ganha um Oscar (o prêmio que ele segura é real. Se trata do Oscar que Kevin Kline ganhou por "Um peixe chamado Wanda") e manda um agradecimento para o seu professor (Kevin Kline) tirando o cara do armário. O professor, e a esposa, estão vendo a cerimônia pela TV e ficam sem palavras. O cara não tem a menor ideia de onde isso saiu porque nunca se viu como homossexual. Ele se torna famoso em sua cidade no dia seguinte, as pessoas começam a tratá-lo de uma maneira diferente (homofobia numa comédia dos anos 90? Tá tudo bem, ninguém tratava isso como crime). Tirando o beijo sem graça entre Kevin Kline e Tom Selleck, o pior momento do filme foi aquele com a fita do teste gay, super homo-ofensivo. Não é um momento dos anos 90 que a gente quer guardar na memória. Felizmente, os homofilmes evoluíram. Hoje, eles são mais realistas e, às vezes, eles ganham um Oscar.
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