Quer fazer um filme sobre tornados que não faça o povo se lembrar de ''Twister''? É impossível, veja ''No olho do tornado'' (2014) e você vai encontrar o filme de 1996 em todo canto. Mas o tornado não rosna, e os personagens não são muito simpáticos. O filme aposta na ação, então não se aprofunda no drama das pessoas que perderam a casa ou a família.
Entre esses dois filmes pintou o classicão ''A bruxa de Blair'', gerando clones até hoje. No filme de 2014 tem sempre alguém segurando uma câmera ou celular, mesmo quando a situação está catastrófica ninguém para de filmar (Cloverfield, 2008). Temos também filmagens de câmeras de segurança (Poder sem limites, 2012). Quando o rapaz e a moça notam que estão com os minutos contados, à beira da morte, eles gravam um vídeo de despedida para os pais (A bruxa de Blair, novamente).
Tem um pessoal fazendo um documentário sobre tornados, eles têm um tanque de guerra equipado com muita tecnologia (que rede de tv tá pagando por tudo isso?), tem os caipiras malucos que caçam tornados para ficarem famosos no youtube, e tem os cidadãos comuns. Richard Armitage parece não ligar muito para os filhos, mas atravessa a cidade para salvar o mais velho quando os tornados começam a atacar (O dia depois de amanhã, 2004).
Tornados de verdade são péssimos personagens. Nos filmes eles precisam tocar o solo sempre e rodar alguns quilômetros por uns 10 minutos ou mais. O filme de 2014 exagera em tudo, vemos mais de 10 tornados destruindo uma mesma região em apenas 1 dia. A explicação dos personagens: Nunca vi uma tempestade se comportar desta maneira (e é só). Como no filme de 1996, o temível F5 pinta somente no final e ele é gigantesco. Ele passa por um aeroporto e levanta todos os aviões (momento Roland Emmerich obrigatório). No final, os personagens enxergam o olho do tornado (Twister de novo).
A pior coisa que aconteceu para Hollywood foi a invenção dos celulares. Eles prejudicam os filmes de terror e dificultam a vida dos remakes. Estamos em 2014, todo mundo tem um aparelho no bolso, mas eles ficam sem sinal nos piores momentos (várias referências aqui), é estrategicamente proposital. Até quando poderemos apostar no ''sem sinal'' para salvar o terror e o drama nos filmes? Alguém ainda anda por aí procurando por uma ''barrinha a mais'' quando começa a chover?
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