Do dia para a noite, o cinema falado se tornou o favorito do povo e os estúdios corriam atrás dessa nova tecnologia. Aulas de dicção, memorizar diálogos ... isso foi o fim da carreira de muitos atores do cinema mudo. Muitos cômicos deixaram de trabalhar, Louise Brooks fez uma tentativa (O drama de uma noite), não gostou da experiência, deixou os isteites e foi fazer cinema mudo na Alemanha. Lembra do casamento do século? Douglas Fairbanks e Mary Pickford se juntaram na primeira adaptação de uma peça de Shakespeare (A megera domada), não souberam atuar, tinham deficiências vocais, e o filme foi um fracasso. A famosa Vilma Banky se aposentou, disseram que seu sotaque (ela era húngara) era pesado demais. A crítica massacrava todo mundo, Norma Talmadge tinha um sotaque do Brooklyn (e seu filme se passava no século XVIII) e John Gilbert tinha uma "voz estridente". Greta Garbo se deu bem na transição. Em 1930 surgiu a dublagem. Em 1932, Shirley Temple, com quatro anos, assinou um contrato com a Fox. O código Hays ganhou força na década de 30, ele proibia nudez, perversão sexual, miscigenação, cenas de parto, pessoas casadas não podiam deitar na mesma cama ... nem a Betty Boop escapou. A comunidade afro americana exigia mudanças, negros eram sempre apresentados como subalternos nos filmes e a agência Hays não via problema nisso.
A Universal investia em filmes de terror, a MGM fazia filmes família. Fred Astaire e Ginger Rogers fizeram vários musicais juntos, mas se odiavam na vida real. Em 1935, "Aconteceu naquela noite" levou os cinco Oscars principais (isso só voltaria a acontecer em 1975). Em 1937 a Disney lançou "Branca de neve e os sete anões", o primeiro longa animado, e em cores. O estúdio já trabalhava com curtas coloridos desde 1932. No final da década, "E o vento levou ..." (um dos meus filmes barra livro favoritos) ganhou 10 Oscars, incluindo um especial pelo uso da cor (e Hattie McDaniel se tornou a primeira negra a ganhar um Oscar). O filme foi exibido em cinemas (até nos improvisados em fachadas de prédios) em todo o mundo, se tornando o filme mais visto da história. Em segundo lugar nessa década (1930-1939), temos a "Branca de neve" da Disney, depois vem "O mágico de Oz" da MGM/Warner, o "Frankenstein" da Universal e o "King Kong" da RKO.
Na próxima postagem, a Segunda guerra mundial vira tema de filmes, o governo caça comunistas em Hollywood e a Disney vai dominar as bilheterias.
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