Ah, rapaz, e eu vou ficar pagando por esse livro pelos próximos três meses. Acho que dificilmente o pegarei de novo para ler, vai ficar ali na estante. Ele tem história? Tem. Um pouquinho. E algumas poucas novidades. O livro reúne uma quantidade absurda de anotações feitas por Tolkien, com lápis, caneta, em cartas ou no verso de uma conta, esboços, versões alternativas, correções, algumas curiosidades são legais, mas muitas não vão mudar a sua vida.
Tolkien analisa os elfos no microscópio. O tempo de gestação, a época da vida em que escolhem ter filhos, a velocidade do crescimento das crianças, a época da vida em que preferem se casar. Se estão "velhos" demais para o casamento e para ter filhos, eles os evitam. Para não contradizer a si mesmo, Tolkien até altera a data de nascimento dos filhos de Elrond para se encaixarem na escala, eles têm que nascer dois anos após o casamento dos pais ou nada feito. E são vários, vários, vários os capítulos que falam da idade dos elfos e também dos homens de Númenor. Tolkien até criou uma matemática para isso (como comparamos a idade dos cães com a nossa), as contas revelam a idade dos elfos se eles fossem da raça dos homens. Também temos a taxa de nascimentos desde a primeira geração de elfos. Precisamos de tudo isso?
Tolkien fala de barbas, alturas, escrita, habitações, rios e montanhas, animais, alfabetos, morte e reencarnação, estradas, viagens, economia ... de homens, elfos, orcs, anões e hobbits. Também temos versões, às vezes duas ou três, de alguns momentos marcantes da saga. A descrição de alguns personagens, como Tolkien os imaginava, e longos debates sobre a origem e a tradução de alguns nomes élficos e de nomes de lugares (muitos, muitos rios).
Mas eu curti algumas partes. Tolkien fala sobre o despertar dos elfos, os primeiros anos da Terra-Média, algumas passagens da luta contra Melkor e mais tarde contra Sauron e ... caramba, que fim levaram os hobbits, foi horrível ler aquilo. E pela primeira vez vejo Tolkien comparando os mapas, ele conta que, após a destruição de Númenor, apenas a parte espiritual (deuses, elfos, coisas mágicas no geral) de Valinor deixou o planeta. A parte física do continente (as rochas) ficaram no mesmo lugar e hoje chamamos Valinor de América, já que a Terra-Média é uma junção dos continentes Europa, Ásia e África. Também gostei de saber que alguns istari (os magos) assumiram a forma de grandes águias quando chegaram na Terra-Média, mas, são esboços, versões abandonadas, nem tudo no livro é cânone.
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