Ah, mas eu vou sempre defender o filme de 1989. E daí se a Ariel virou analfabeta quando perdeu a voz? Não é um filme onde uma mulher faz tudo por um homem (mulheres não podem se apaixonar?), a personagem, desde o início, nos revela seu sonho de morar no mundo dos humanos, o príncipe é uma cereja no topo. E a música? Ah, a música. Pra mim o filme É perfeito.
Porém, aí estão os live actions da Disney tentando corrigir alguns erros nas tramas originais (percebidos pelos fãs ao longo dos anos, alguns se tornaram famosos e não conseguimos mais desver), atualizando certos aspectos, cortando sequências e personagens que hoje são ofensivos, trazendo mais diversidade, e, no caso dos classicões, nenhuma ou pouca novidade, porque eles têm medo, grandes mudanças podem irritar os fãs (nem dá pra chamar de remake então). Isso torna a maioria dos filmes incrivelmente desnecessários, sabemos que é pela grana fácil, não tentem disfarçar. Logo, deixamos o "por quê isso existe?" de lado há muito tempo, e agora resta apenas a curiosidade (olha, tal personagem em carne e osso!).
É só um "como seria se fosse real?" atrás do outro, nenhum deles vai mudar a sua vida ou superar o filme original. É ver por ver, porque está ali, não por vontade, porque ninguém pediu, não mais, já estamos saturados.
Hum, eu quero mesmo uma sogra? |
E aqui temos 90% do filme original, os mesmos diálogos, caramba, e as cenas e ângulos? É como se tivessem usado a animação de 1989 como story board para o filme. O visual está muito bonito, mas os animais continuam sem expressões, e trazem poucos momentos engraçados. Desde que a esposa foi morta por um humano (lembra dessa animação?), o rei dos mares proibiu seu povo de ir até a superfície. Ariel acredita que nem todos os humanos são maus, mas seu pai nunca a escuta (ele era o principal vilão do desenho e agora o filme realça essa índole e lhe dá um tocante desfecho).
Acompanhamos o príncipe Eric na superfície também. Ele tem 21, foi adotado por um rei e por uma rainha, vive numa ilha na América Central e também canta.
Depois que o pai destruiu sua coleção, Ariel fez um pacto com a tia Úrsula (sim, a irmã de Tritão, banida do palácio) e ganhou pernas. Existem umas "letrinhas miúdas" nesse pacto, elas estão lá para que ninguém diga que o filme é a favor do assédio sexual (por parte do rapaz ou por parte da moça), duas canções tiveram suas letras alteradas por esse motivo também.
Melissa McCarthy como Úrsula tá muito sem graça e o Sebastião tá pior que ela. O clímax e o final trazem novidades. Que bom. Porque temos o mesmíssimo filme aqui, é até difícil dar uma nota pra isso. E como eu gostei das novidades, cenas adicionais que realmente ajudam a trama a avançar e a desenvolver os personagens, o filme se salvou. Valeu meu ingresso.
TÍTULO ORIGINAL: the little mermaid
ANO: 2023
PAÍS: eua
DURAÇÃO: 2h 15min
DIRETOR: Rob Marshall
ELENCO: Halle Bailey, Jonah Hauer-King, Melissa McCarthy, Javier Bardem, Daveed Diggs, Awkwafina e Jacob Tremblay.
ESTREIA BR: 25 de maio
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