E SE Titanic tivesse sido um fracasso?
James Cameron era a única pessoa no universo que acreditava no filme. Quando a verba da Fox se foi, ele abriu mão de seu próprio salário para continuar a produção. Várias vezes, o estúdio mandou alguém até o local das filmagens para negociar o cancelamento do filme. O diretor pedia mais tempo, pedia mais dinheiro e a coisa chegou a custar exorbitantes 200 milhões (Ora, ele construiu uma réplica, um pouco menor, do famoso navio e uma gigantesca lagoa para afundá-lo). Tudo em relação a esse filme é grande. Mas a Fox não acreditava na produção, o filme foi lançado em poucas salas de cinema, com pouca propaganda. Mas ele foi descoberto pelo público e se salvou. Poderia ter sido o maior fracasso da história do cinema e poucos confiariam no diretor depois dessa. Outro filme de 200 paus, que está passando por maus bocados no momento, é o filme do Lanterna Verde, sua bilheteria despencou muito nos isteites. Agora, para conseguir algum lucro, ele depende das bilheterias ao redor do mundo.
E SE ninguém imitasse o Woody Allen nos filmes de Woody Allen?
Olha, o cara escreve o roteiro e dirige o filme, certo, às vezes ele é o ator principal, às vezes não. E quando ele não está na frente das câmeras, ele ainda está presente no roteiro, "quando você vai contar uma história, você tem que se colocar em algum lugar" (George Lucas). Então, temos personagens principais tão neuróticos e cheios de filosofia existencial quanto o próprio diretor. Mas esse pessoal precisa imitar barra gesticular como Woody Allen? Você já viu Larry David em "tudo pode dar certo"? irritante. E que tal Owen Wilson em "meia noite em Paris"? ah fala sério. Mesmo que esse pessoal tenha a aprovação do diretor para imitá-lo em seus filmes, essa é uma ideia bem idiota. Se vamos ter um personagem "Woody Allen" nos filmes de Woody Allen, que ele seja interpretado pelo próprio Woody Allen.
E SE respeitassem os uniformes originais de super heróis?
Existem heróis que mudam de uniforme de tempos em tempos. Esses são os sortudos, a gente topa ver um novo e diferente uniforme em qualquer adaptação numa boa, desde que a essência do personagem esteja lá. Mas o que fazer com o Superman? o cara é uma lenda, mudar seu uniforme é sacrilégio. Para muitos heróis, a solução veio na forma de cores mais sombrias, são as mesmas cores do traje original, só que num tom muito mais escuro, além de dar ao filme um conteúdo mais violento para que seja levado à sério. E a cueca do lado de fora? O Superman é o único herói que não consegue se livrar dela, mudaria completamente a imagem do personagem e os fãs condenariam o filme.
E SE Lost ainda estivesse no ar?
Quando a serie surgiu, os criadores disseram que já tinham toda a história pronta. Logo, não haveriam pontas soltas, tudo seria explicado. Mas eles não sabiam por quanto tempo o seriado ficaria no ar, então começaram a desvendar os segredos a conta gotas, e isso irritou muita gente. No fim das contas, a coisa toda poderia ter sido explicada em poucos episódios, eram poucas informações para manter a serie no ar por muito tempo. Mas poderiam ter seguido o exemplo de "arquivo X" que, numa determinada temporada, revelou todos os seus mistérios, e uma nova fase começou, com novos segredos, em seguida. Os fãs "perdidos" agradeceriam.
E SE os desenhos dos anos 80 tivessem um episódio final?
Hoje, isso sempre acontece, um episódio final antes do encerramento da serie. Mas nos anos 1980 ninguém se preocupava com isso, de fato, muitos desenhos nem sequer estavam preocupados com a ordem cronológica dos episódios, poderiam ser vistos em qualquer ordem. Os episódios finais existiam apenas em nossos sonhos. A Horda deixando o planeta Etéria. A morte (definitiva) de Munn Rá. A prisão do Comandante Cobra. E aquela pobre família presa no vale dos dinossauros, quando voltarão para casa? É claro que o final mais desejado de todos os tempos é o do desenho "caverna do dragão". Apesar do sucesso (tardio) do seriado, quando Dungeons & dragons virou filme em 2000, não tinha nada a ver com a trama da serie animada...
E SE Marilyn Monroe ainda estivesse viva?
Aos 85 anos ela roubaria de Elizabeth Taylor o titulo de "a última grande atriz da era de ouro de Hollywood". Mas estaria do lado de fora das telas. Nos anos 195o ela abriu sua própria produtora, estava se tornando uma empresária, além de continuar atuando nos filmes que produzia. Terminou vários casamentos por "conflitos entre carreiras", seu trabalho estava acima de qualquer coisa. Mas, cada divórcio, era um tremendo escândalo naquela época. Marilyn ainda estava passando pela fase dos tablóides de fofocas e de paparazzis malucos, levaria um bom tempo para que as coisas ficassem mais tranquilas para ela. Sua muito mal explicada morte, aos 36 anos, a transformou num mito. Mas ela já era um baita sucesso no mundo todo antes disso. Ela já tinha um globo de ouro no bolso (ou na bolsa) e, com toda certeza, ganharia da academia um prêmio honorário, em algum momento, na década de 1990.
E SE Ben Affleck e Matt Damon formassem um casal gay?
Ben tinha oito anos quando conheceu Matt, que já tinha dez. Se tornaram grandes amigos. Escreveram juntos o roteiro de "gênio indomável" e levaram um Oscar para casa. Ambos são pró gays, teriam assumido o namoro no final dos anos 1990, uma época mais tranquila para isso. E Matt teria evitado alguns escândalos, como quando arrumou uma nova namorada, publicamente, sem antes terminar com a atual. Hoje eles estariam legalmente casados. Agora, Ben está dando uma de diretor, eles fariam muitos filmes juntos, não necessariamente como um casal. Seriam uma versão gay de Angelina e Brad, separadamente cada um deles tem um projeto humanitário em mãos, organizações de caridade que atuam principalmente no continente africano. Como Leo DiCaprio, e mais recentemente como Tobey Maguire (amigo de infância de Leo), Ben e Matt já tiveram problemas com a policia por serem viciados em poker.
E SE não existissem remakes?
Aí a gente teria que inventá-los. O primeiro remake surgiu quando o cinema deixou de ser mudo, alguns filmes ganharam novas versões com som. O público adorava. Foi a mesma coisa com o technicolor. Hoje, não há desculpas desse tipo. Mas todo remake tem dois lados, ele pode superar o original, certos filmes envelhecem muito mal, para as novas gerações eles não tem encanto algum e uma boa história merece ser contada várias vezes; ou o remake pode ser um tremendo fracasso e ser esquecido rapidinho pelo público, esse é o remake mais inofensivo. O maior problema nos dias de hoje é que alguns filmes, com menos de 20 anos, já estão sendo refilmados.
E SE o Oscar fosse justo?
Na lista do Oscar estão os filmes que estiveram em cartaz nos isteites entre uma premiação e outra. Mas 99,9% deles são norte americanos, o público norte americano não gosta de legendas, filmes legendados não estão presentes em todas as salas de cinema do país porque não vendem ingressos. Os membros da academia não teriam um único minuto de folga se tivessem que ver cada misero filme produzido no globo durante 1 ano (só Bollywood chega a produzir quase mil filmes por ano, mais do que o dobro de Hollywood). Filmes estrangeiros podem ser indicados ao Oscar de melhor filme também, mas eles precisam ser exibidos nas salas norte americanas antes de tudo. Logo, chamar o Oscar de "a maior premiação do cinema" é um exagero, mas com certeza é a mais elegante.
E SE o Brézil criasse um Queer as Folk na tv aberta?
Não haveriam cenas de sexo! E olha que, lá fora, o brasileiro é conhecido como "sexualmente safado". Mas apenas 1, em cada 1 zilhão de atores brasileiros, aceita pegar um papel homossexual. Muitos deles (heterocaras) têm medo de serem eternamente lembrados pelo personagem gay, pelo resto de suas vidas, e por nada mais. Então a gente teria um elenco de gays assumidos, ou seja, um elenco desconhecido. Possivelmente formado por gays "tá na cara", forçados a fazer tipos estereotipados para convencerem como homossexuais na telinha (gays de verdade não se parecem com gays na tv brasileira, o público ficaria confuso). Quer dizer, não seria nada bonito, ou respeitoso.