26.5.10

O MELHOR E O PIOR DE LOST

LOST 2004 - 2010 (114 EPISÓDIOS)

1- ELENCO DE NOVELA - Um elenco principal formado por mais de dez personagens, algo novo na tela, o fato de serem de várias etnias deu ao seriado um clima de reality show, sem mencionar que com isso ficou mais fácil de se decorar o nome de todo mundo. É uma pena que houve a necessidade de se ampliar o elenco e de repente havia gente até demais. Mas há aquilo que se pode chamar de elenco "realmente" principal e pouca gente acabou sendo esquecida no decorrer das temporadas no fim das contas, apenas morriam ou iam embora da ilha. Destaque para Matthew Fox que, para nossa sorte e deleite, seu personagem, que deveria ter morrido no episódio piloto, durou até o final.

2- A PERSPECTIVA DO MISTÉRIO - Há uma história já em andamento e o ponto de vista dos sobreviventes da queda do avião. É claro que todo o mistério desapareceria rapidinho caso Ben, Jacob ou o Homem de preto fossem os protagonistas. Do ponto de vista de Jack, Kate, Locke e cia o mistério era muito maior, chegamos na ilha no meio de um conto sabendo tanto quanto eles e tudo era novidade no passado e no presente.

3- CENAS ADICIONAIS - Era bem legal ver os flashbacks de cada personagem como se fossem duas series em uma só. Todos tinham coisas para contar que nos ajudava a conhecer o pessoal melhor que seus amigos ao redor. Mas depois de uma segunda rodada para cada personagem a coisa ficou tediosa. Então, sem aviso algum, surgiram os flashforwards, a melhor coisa que inventaram, garantiu um final de temporada de cair o queixo (foto). Mexer com o futuro enquanto se mostrava o presente pareceu não ser um problema, mas o que fazer quando o futuro se torna o presente? foi legal à princípio ver as novas cenas na última temporada que mostravam uma realidade alternativa, mas para quê? no último episódio descobrimos a verdade sobre essas cenas e foi muito tocante ver cada um dos personagens "despertando".


4- FILOSOFIA E MITOLOGIA - Desde o começo a serie abusou na filosofia e mais tarde na mitologia. John Locke, Cérberus, a estátua, o inferno de Dante, nomes de personagens e de lugares. Ajudava a gente a entender alguma coisa ou a formar nossas próprias teorias, muitas referências no fim das contas não passavam de homenagens feitas pelos criadores da serie, deixavam tudo mais bonitinho e tal. Escapavam do seriado para a vida real gerando debates e livros. Os famosos números foram até proibidos em muitas loterias pois haviam pessoas demais apostando neles.

5- UMA HISTÓRIA JÁ PRONTA - Para nos deixar tranquilos os criadores de Lost disseram logo no começo da serie que já haviam pensando na história toda, logo , não haveriam pontas soltas de jeito nenhum. Mas após ver o último episódio pode-se ver que no fim das contas a história não era tão grande assim, poderia ser contada mais rapidamente, difícil era prever quanto tempo a serie se manteria no ar e despejar os segredos à conta gotas seria mesmo a melhor opção. Mas esse conta gotas pingava muito pouco e a gente se irritou com isso.


NO FUNDO DO POÇO: A velocidade na qual os segredos eram revelados nos deixava nervosos. Uma coisa era não revelar quase nada, outra era fazer os personagens não se importarem com a falta de respostas, e esse tipo de coisa se tornou imperdoável. Coloque-se no lugar de qualquer um deles, aquilo que você mais quer saber é a verdade com "v" maiúsculo, mas ninguém colocava ninguém contra a parede. Na maioria das vezes um personagem simplesmente se contentava em ouvir muito pouco ou nada vezes nada. Isso porque ninguém fazia perguntas diretas, em nenhum momento. Estávamos mais interessados em descobrir as coisas que os próprios personagens. Se eles demonstrassem a mesma curiosidade que nós talvez a serie se tornasse um festival de personagens dizendo "não posso te contar isso", então, ninguém insistia no assunto, digo, nunca insistiam no assunto quando estavam diante de alguém que sabia demais.

12 comentários:

ALESSANDRO SKYWALKER disse...

Final feliz a gente gosta, mas precisava acontecer em outra vida?
Foi um final bem "six feet under" ao quadrado, em comparação o final não se parece muito com o restante do seriado.Parecia uma festa de despedida do elenco.

Juan Pablo disse...

Eu parei de assistir LOST na 3º temporada... não entendia mais nada de nada... pior era quando eu esquecia que o episodio ia passar na tv paga e eu pegava 1 episodio a frente... ai que eu me perdia todo!!!
Mas enfim... agora vou comprar o box completo e fazer uma maratona de LOST!!!

Espero não ficar Lost por conta disso... rsrsrsrs

Serginho Tavares disse...

Alessandro, sei que você não ve novela mas o foinal de LOST pareceu com o final de Alma Gêmea, novela da Globo exibida em 2005/2006
Me pareceu que os roteiristas estavam mais perdidos que os personagens da série!

Anselmo disse...

Spoilers.

No final, tudo se resumiu ao erro do Jacob.

Quem é Jacob? Um virgem de quase quarenta anos, que passa a maior parte do seu tempo tecendo tapetes junto de sua “Mãe” e jogando reversi com seu irmão gêmeo.

Qual erro? Jacob “matou” seu irmão Sem-nome, anos depois do coitado se revoltar ao descobrir que “Mãe” matou sua verdadeira mãe (Claudia, sobrevivente de um naufrágio) logo após seu nascimento.

Não, mas não foi só isso. Sem-nome, foi uma criança saudável e bastante curiosa. Apenas queria partir daquele lugar e descobrir o que havia no além-mar. Mas ele não podia sair, pois a meta de tapetes do mês ainda não havia sido atingida, então “Mãe” quebrou o extremamente engenhoso mecanismo que Sem-nome construíra para deixar a ilha, mesmo que tal mecanismo só fizesse sentido em sua cabeça. Assim, Jacob é nomeado por “Mãe” zelador da ilha e da caverna dos Goonies.

Sem-nome, hoje um adulto inconformado por ter sido alimentado com leite de javali após a morte de sua verdadeira mãe, se viu ainda com mais raiva depois de ter sua Lego-land destruída por “Mãe”. Sem-nome resolveu então matá-la.

Por isso Jacob deu a seu irmão uma punição pior que a morte, não, não foi o Hom-dai. Após ser atirado na caverna dos 7 anões, Sem-nome se transforma no monstro de fumaça preta, condenado assim a prejudicar por duas semanas os vôos dos principais aeroportos mundiais.

Agora o solitário Jacob, do latim “cara-de-bunda”, descobre que pode, e sai da ilha. Maravilhado com água encanada, maquinas que tecem tapetes automaticamente, e pornografia na internet, ele toma uma decisão: “Não quero mais ser o porteiro da caverna da Disney”. Mas ele não pode simplesmente abandonar a ilha, pois em um ritual desconhecido comandado por “Mãe” lhe foi oferecido “O Suquinho”, que ao contrário do actívia, prende as pessoas em sua função na ilha.

Precisando de um substituto, Jacob seleciona um grupo de pessoas, a maioria ainda crianças, que segundo ele, tem suas vidas vazias e sem propósito. A partir daí ele engana, manipula, induz, destrói a vida dessas pessoas permitindo que seus amigos e amores morram. Tudo isso para, em uma bela noite à beira da fogueira, enquanto assa marshmallows, revelar aos poucos sobreviventes que um deles deverá ser o novo zelador. Mas olha que sorte, eles tem o que Jacob não teve, uma escolha! (Ahã Jacob, senta lá).

O novo zelador tem a função de proteger a ilha e sua rolha, não permitir que seja feito um gato que roube a luz da caverna de gollum e claro o mais importante limpar a merda feita por Jacob, quando este “matou” Sem-nome, aka F(Lock).

Moral da historia 1: Não tenha ambições, seja conformado, aceite sua vida como ela é, ou um dia sua mãe postiça e louca tramará contra você e seu irmão ciumento te matará.

Moral da história 2: Se você for uma criança, não perca tempo brincando ou fazendo criancices. Entre em uma escola de idiomas, funde uma pequena empresa, etc. Faça algo que dê sentido e propósito a sua vida. A velha máxima ainda vale, nunca fale com estranhos.

Bruno disse...

hahahahaha
Anselmo, que comentário mais ÓTIMO o seu!
ADOREI!

Aham, Jacob, senta lá! kkkkkkkkk

Rafael Marves disse...

Engraçado que quando eu não gosto de algo eu não dou importância a isso. Me pergunta algo sobre a novela das sete. Haha. Não sei nada, não posso emitir juizo algum.
Mas tem gente que assiste todos os dias, com riqueza de detalhes só para depois falar mal, criticar.
Isso não é estranho? Sem sentido?
Vai ver eu é que sou o estranho, o sem sentido...

Anselmo disse...

Oi! então... é que me acostumaram mal com histórias empolgantes, personagens bacanudos, tramas que beiravam a perfeição devido a forma que se conectavam, episódios fodásticos que me faziam pular da cadeira e xingar a televisão por terem terminado. Enfim, fui acostumado com Qualidade!! Quem me acostumou? Lost!

Então me aparecem com personagens totalmente dispensáveis como o tio avô do Jackie Chan no templo do Indiana Jones que não serviu para NADA e Ilana que só prestou para ter a melhor morte da série. Sem falar na prima pobre da Tina Fey e companhia Ltda. Episódios chatos, uma trama que praticamente anula as 5 temporadas passadas devido a direção que tomou, respostas mal dadas em conversinhas no meio da floresta, Jacob e o pior...

No começo as teorias falavam que estavam todos mortos e que a ilha era o purgatório. Mas de última hora Darlton contratam o Sérgio Malandro e... Ráaaa Pegadinha do malandro. Sim estão todos mortos, mas nem é o purgatório bobão, viu? errou!!! e nem é a ilha, é uma realidade paralela que no fim será apelidada de Flash-Limbo, onde Jack tem um filho que não serviu para NADA. A luz da caverna da Disney é a luz para onde as almas devem seguir, por isso não pode ser apagada, tipo ghost.

“Como agente é foda” falam Darlton. Não, vocês eram!

Eu já ri, já chorei esperei ansioso por um próximo episódio e temporada de Lost, mas esta última foi a queda livre de uma das melhores coisas que haviam na TV mundial.

Como já disse a qualidade me acostumou mal, e sinto muito mesmo, mas aceitar porcaria de boca fechada não dá.

ALESSANDRO SKYWALKER disse...

oi anselmo

a tal realidade alternativa tinha esse nome porque a gente achava que estavam contando como seria se a bomba no poço houvesse explodido, mas ela nunca explodiu na verdade, as cenas de realiade alternativa eram flashforwards novamente , no pós vida.
Personagens que sobreviveram ao seriado e aqueles que morreram se juntam ao Jack, que não é o último a morrer mas cuja morte foi a última a ser mostrada, num lugar onde o tempo não existe, assim todos aparecem juntos. Kate, Swayer, Hugo, Ben e Claire podem ter simplesmente morrido de velhice anos depois da morte de Jack na ilha.
No fim a ilha nunca foi um purgatório e sim a tampa de um poço onde fica aquilo que pode ser chamado de inferno, ou simplesmente a pura maldade, é como a caixa de Pandora

Anselmo disse...

Sim, eu havia entendido que cada um viveu sua vida dentro e fora da ilha, que eles morreram em tempos diferentes, e que a realidade paralela é um local “criado” por eles para se reencontrarem e ir na missa de domingo na igreja, onde Christian Shepard abrirá a porta do céu. Mas esse recurso de pós-vida só deixou a coisa pior.

Como o tempo não existe? Dentro da realidade paralela o tempo passa, é linear. Tanto que o Ben continua para resolver o que quer que seja, mesmo depois dos caras entrarem na luz. Aquilo continua para a Ana Lucia, o filho do Jack, etc.

E o filho do Jack? Para ele estar lá ele tbm está morto, mas era filho de quem? Não pq Jack e Juliet nunca tiveram filhos, nem juntos nem separados. É um anjo figurante? O que acontece com ele qdo Jack e Juliet fazem a passagem? Some? Fica órfão? Vai morar com a avó, até o dia que ela tomar um choque na tomada e “lembrar” que está morta? então o moleque fica órfão de novo?

E a ilha afundada no inicio da temporada? Se ninguém tem consciência da vida passada, se a bomba nunca explodiu, se o Jack voltou a bendita rolha pro lugar, porque diabos a ilha está no fundo do mar do pós-vida? Cara, a impressão que dá é que eles tinham um plano, que não deu certo então inventaram soluções ás pressas e agente agora é obrigado a abstrair coisas como a ilha no fundo do mar e o tubarão com o símbolo da Dharma.

A realidade alternativa se revelou mais incoerente e extremamente mal concebida a partir do momento que foi mostrado que aquilo é a sala de espera do céu. Pra mim o que fica de lost é o tempo da bomba, dos números, da escotilha, dos outros, das viagens no tempo, da francesa louca, de quando o monstro de fumaça não era o exú e de quando a luz não era a resposta para tudo.

Rafael Marves disse...

Realmente eu não sou desse mundo...

varzo disse...

concordo com anselmo... não dá para engolir este final... se no final todo mundo estava morto, nem precisava de solução para nada... dá para revoltar...

Anônimo disse...

2010 foi um ano meio intenso nos comentários desse blog hein