21.6.21

BOYHOOD E OS CAÇADORES DO SEXO ANAL PERDIDO

Capítulo 1 - A câmara secreta no banheiro da Murta que geme

Como num filme de espiões, cronometramos nossos relógios. Ao mesmo tempo, eu na minha classe e o Emerson na classe dele, iríamos pedir permissão para o professor(a) para ir ao banheiro. O banheiro da escola era bem longo, havia um cubículo, um pouco maior que os demais, lá no fundão e as portas chegavam até o chão. O que havia começado com o clássico ''Mostra o seu e eu mostro o meu'', já havia evoluído para uma mãozinha amiga e sexo oral. O cara era muito tímido, o convenci a baixar as calças aos poucos e a levantar a camisa. Mas ele sempre ficava com os óculos, acabei achando isso sexy. Nos encontramos várias vezes no banheiro da escola, até o final do ano letivo, e aí nos separamos.

 


Capítulo 2 - Minha adorável oficina

Anos depois, vi o Emerson numa oficina de bikes. Tava mais alto que eu e com bigode. Desde aquela época, aquele prédio já virou salão, doceira, brechó ... no momento tem uma sorveteria ali. Nada durou muito tempo. Hey, eu tenho uma bike encostada num canto, acho que vou trocar o pneu furado. Levei a bicicleta até lá, conversamos um pouco (relembrando o passado colorido), ficamos excitados por conta da conversa, ele fechou as portas e nos pegamos num canto (livre de graxa). Como o prédio parece ser amaldiçoado, a oficina fechou após poucas semanas de funcionamento (não é uma rua muito movimentada, ninguém enxerga isso?).

 


Capítulo 3 - O segredo da montanha Moonlight

O tempo passou mais uma vez. Eu estava saindo da natação quando o Emerson apareceu na calçada. Um pouco de barriga, barba, perdendo o cabelo aos poucos (e lentes de contato?). Genética é foda, a gente tem a mesma idade mas ele parece ser 30 anos mais velho. Conversa rápida, entrei no carro dele e fui até sua casa lá no fim do mundo. Dava para ver a serra pela janela. Certo, vamos rever o status, eu já mordi, já beijei, já enfiei o dedo, já fiz de tudo com aquela bunda, menos ... penetração. E agora a gente tinha uma cama e privacidade, eu fiquei maluco, esperava por aquela bunda há quase vinte anos. Finalmente aconteceu. Mas a campainha tocou durante o sexo. - Ah, acho que é a minha mãe, é melhor eu atender, você vai demorar muito pra gozar? Ok, aquilo acabou com o clima. Virei de lado - Vai atender a porta, eu disse. Não era ninguém, mas quando ele voltou pro quarto eu já estava me vestindo, tentando esconder minha raiva. - Você pode voltar aqui quando quiser, ele disse. É mesmo? Pegando 2 ônibus e ziguezagueando por duas horas pela cidade? ... deixa pra lá.

 

Epílogo.

Em ano de eleição, eu vou até a minha velha escola para votar. Passo pela entrada do banheiro antes de subir as escadas e penso no Emerson. Ainda gosto de me lembrar do garoto que não tirava os óculos.

3 comentários:

Anônimo disse...

Nada mais gostoso do que uma pessoa com bastante história pra contar.

Frazec (vulgo Jean-Philipe Rameau) disse...

E que sabe contá-las, Anônimo, que sabe contá-las...

Anônimo disse...

Qnd escrever um livro, nos avise.
Feijon