Reza a lenda que o livro de Jack Kerouac não pode ser transformado em filme, é algo impossível de se fazer. Se você vai topar essa empreitada, ou você é muito corajoso, ou muito burro. Acontece que o livro tem cara de, bem, de livro. É preciso forçar a barra para que ele ganhe uma cara de filme. A trama não tem uma conclusão, não existe um propósito, não existe uma linha de chegada. Essa adaptação está tentando seguir o livro, e isso não é algo recomendável. O livro tem um algo mais, jovens poetas em busca de um sentido para tudo na vida. O filme explorou apenas o lado físico da coisa, e quando se aproxima do livro, usando até os mesmos diálogos, os personagens parecem mudar subitamente de aspecto. Intelectuais num minuto, meninos irresponsáveis no outro. O complexo personagem Dean Moriarty é quase tão amaldiçoado quanto Hamlet, o filme transforma o cara num deus, mas o próprio Dean (Garrett Hedlund, várias cenas sem roupa) parece pertencer a outro filme. É o personagem mais importante da trama, mas acaba sendo um "detalhe" no roteiro, que recebeu pouca atenção. Poderia ter sido um ótimo filme, mas a produção é bem descuidada.
E SUA MÃE VAMPIRA TAMBÉM
Sal (Sam Riley) conheceu Dean e sua esposa de 16 anos, Marylou (Kristen Stewart), em niuiorqui enquanto tentava escrever seu primeiro livro. O rapaz descobre que o jeitão de viver de Dean pode lhe servir de inspiração na hora de escrever. Dean é um ladrão de carros que faz tudo aquilo que deseja. Ele tem planos de largar Marylou e de se casar com Camille (Kirsten Dunst) que vive do outro lado do país. Dean faz Sal pegar gosto pela estrada, sem grana, pegando caronas e arrumando empregos temporários por aí para não passar fome. Depois que Sal volta de sua pequena aventura, ele se junta a Dean e Marylou, que estão indo para a Califórnia. Aí, o ritmo do filme fica comprometido. Sexo e drogas e mais drogas, nenhuma cena com conteúdo significativo (Viggo Mortensen precisava mostrar os testículos?). Parece que alguém jogou as páginas do livro para o alto, pegou algumas folhas e tentou grampear tudo junto. Nenhum diálogo aparece quando o filme fica sem sentido, e alguns diálogos são inúteis, não ajudam na trama e não dão profundidade alguma aos personagens. Vai funcionar bem melhor em dvd, você pode ver o filme em suaves prestações (a sensação cronológica é de 4 horas, a poltrona do cinema começa a incomodar). Ou você pode ler o livro antes, para poder preencher as lacunas existentes no filme. Sal e Dean parecem ter uma relação homoafetiva, mas tire o cavalinho da chuva quanto a isso. No fim das contas, o único que se deu bem nesse filme foi o Steve Buscemi, no livro seu personagem é conhecido apenas como "a bicha". Sem comentários.
VEJA TAMBÉM: Sem destino (1969), E sua mãe também, Transamérica, Garotos de programa, Plata quemada.
2 comentários:
FICHA TÉCNICA
TITULO ORIGINAL: on the road
ANO: 2012
PAÍS: frança, reino unido, eua, brasil
DURAÇÃO: 137 min
DIRETOR: Walter Salles
ELENCO: Garrett Hedlund, Sam Riley, Kristen Stewart, Kirsten Dunst, Alice Braga, Viggo Mortensen, Amy Adams e Steve Buscemi
DATA DE ESTREIA NO BRASIL: 13 de julho
Aproveitei que o filme está na sessão popular do itau cinemas do shopping frei caneca fui assistir no domingo, fui mais em respeito ao Walter Salles e percebi que ele tem uma queda por filme de estrada (Central do brasil, Diários de Motocicleta, Terra Estrangeira), mas esse longa realmente precisava esta "baseado" para fazer; assim quem sabe teria mais cenas interessantes pois realmente tem certos momentos que so se "baseando" para tentar entender espírito da coisa, ou acreditar que tal cena foi necessaria o filme tem meio começo e fim mas não parece a garota crespusculo ou vamppiranha rsrsr.. quem acompanha na carreira paralela sabe que ela gosta de diferenciar o personagem da sua saga vampiresca apesar de não inovar na interpretação, e claro o filme e de corpo, sedução do rapaz Garrett Hedlund e desse gosto de ti mas não fico com ti em que personagem dele se envolve com personagem do Sam, tadinha da Alice Braga justo Walter foi coloca-lá como uma Gabriela em homenagem a sua tia, eu fiquei com gosto de gosto do Garret mas Walter poderia ter se "baseado" melhor rsrsr..
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