Um grande estúdio (Fox) lançando um filme de temática gay em 1982, foi um marco e um escândalo, teve gente deixando o cinema no meio da sessão (quando rola o beijo gay). Aqui no Brasil, era bem complicado ver o filme na tv, tarde da noite, sem os pais por perto. O auge do filme para nós, pobres jovens gays sem internet, era esse: os dois atores tiram suas camisas, se beijam e deitam na cama. É só isso que acontece, e era o suficiente para quem nunca via esse tipo de coisa em canto algum (filmes, revistas, novelas ...). Sem querer matar a sua infância mas já matando, os dois atores são héteros e não toparam rolar nus pela cama, eles usaram dublês de corpo. Mas isso não tira a magia de FAZENDO AMOR, um filme que mostra a homossexualidade de uma maneira incrivelmente natural, sem estereótipos, sem ofensas, sem clichês. A gente regrediu tanto nas últimas décadas, nem dá para acreditar na coragem deste filme de 1982, ele não envelheceu um ano sequer.
Zach e Claire são casados há oito anos e o rapaz tem uma sexualidade bastante reprimida, ele sabe que é gay mas fica se segurando, ele ama a esposa no fim das contas e os dois acabaram de comprar uma casa nova. Para Zach, a nova casa é um sinal de que a coisa está ficando realmente séria, Claire quer ter um bebê em breve, seu futuro já está definido e não há homossexo nele. Zach acaba conhecendo um escritor chamado Bart, um cara que faz muito sexo casual e que não está interessado em relacionamentos sérios. Depois de vários encontros, Zach percebe que está apaixonado pelo Bart. O desfecho é inovador, não há mortes ou ''cura gay'', é um temático dos anos 80 com um final feliz para todos, uma abordagem bem madura para Hollywood.
4 comentários:
Gente,
Voltei ao passado!
Vi-o no cinema, sessão vespertina, 1982, a sensação era essa: a delícia de transgredir só por entrar numa sala de cinema (e mais, que não era pornô)!
Só pela linda canção interpretada por Roberta Flack ("Making Love", exatamente o título do filme - terá sido composta para ele ou o filme copiou o título da canção?), já valeria a pena voltar...
"Here, close to our feelings we talk again, we love again..."
Sessão nostalgia no Cine Romantic!
O primeiro temático que eu assisti, no início das minhas descobertas. Era um tempo mais leve. Hoje a vida gay é anunciada como uma batalha diária contra o mundo, muito ideologismo e nenhum romantismo por causa da erotização digital/virtual. Nem a "família gay" carrega algo lúdico, porque é mais uma bandeira. Ah meus tempos!
Em que Brasil o anonimo vive em que ser gay não é batalha diária?? Aliás qualquer letra da sigla. Desculpa se a bandeira e o ideologismo te incomodam, mas é por causa dessas coisas que temos muito mais filmes temáticos saindo todo ano. Não sei nada sobre o anon, mas essa semana um gay foi expulso de casa, uma lésbica apanhou da polícia e uma travesti foi ateada fogo. Conta pra esses pessoas que ser gay não é uma batalha e que a nossa causa tem muito ideologismo....
Anônimo Anônimo disse...
Em que Brasil o anonimo vive ....
Eu não discuto essas coisas, por causa disso. Esta é minha opinião. Porquê os filmes temáticos são quase sempre deprimentes? Porque dizer todo dia para uma pessoa que a vida vai ser um inferno?
Fique com a sua guerra e fale por si.
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