Pode ter sido um soco no estômago, mas eu te garanto, não foi o primeiro (nem o mais forte) e não será o último. Nenhum estúdio aprende com seus erros e os erros sempre voltam. A Warner colocou 200 milhões na mão do Todd Phillips, não fizeram intervenções nem perguntas, deram liberdade total para o diretor. O filme nem sequer teve uma exibição de teste. No trailer, o estúdio resolveu esconder que o filme era um musical. Foi a receita perfeita para o fracasso.
A estreia do filme foi um desastre, em poucas semanas já estavam anunciando o lançamento da mídia física.
As críticas negativas chegaram ao Brasil antes do filme, meu namorado resolveu que não queria ver e eu fiquei sem carona (cópias legendadas na minha cidade só tarde da noite, às vezes beeem tarde). Agora, o filme, lançado em outubro, já está no Max, ele merece duas horas do meu tempo?
Sim, eu diria que 80% do filme pode ser salvo. Os números musicais são poucos, são curtos e simplórios, as canções originais são esquecíveis, então ignore todos. Eu manteria apenas um ou dois números musicais no filme: aqueles que abertamente retratam o personagem fugindo da cruel realidade para um mundo de fantasia.
Como musical o filme decepciona, o restante eu curti bastante (que tal um corte sem as canções?). Arthur está preso há dois anos e seu julgamento se aproxima, ele pode pegar pena de morte. Numa aula de música para detentos ele conhece Lee (Gaga) e se apaixona.
Sem as canções (em momentos nada a ver ou forçadamente enfiadas na trama), o filme segue muito bem sozinho, com o clima do original, escorrega um pouco quando Arthur resolve defender a si mesmo no tribunal, mas a explosão foi uma surpresa bem vinda. O final... meh. Vi gente tentando resgatar uma mensagem ali, talvez algo de teor político. Mas não há mensagens ou significado, o final tentou ser poético e falhou, só isso.
No balanço geral, vi muitos acertos. O ano de 2024 já nos rendeu coisas bem piores.
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