28.1.25

🔔🦊🗡🦌 DISNEY VS CONTOS ORIGINAIS (parte 9)


Publicado em 1831, "Notre Dame de Paris" acompanha vários personagens mas tem a cigana Esmeralda no centro de tudo. Apaixonada pelo capitão Phebo, um homem casado que mal sabe que ela existe, a cigana quer se manter pura até encontrar sua família. O Juiz Frollo é obcecado por ela, mas precisa cuidar de seu irmão que está sempre bêbado. Um poeta que descobriu por acidente o Pátio dos Milagres é obrigado a se casar com Esmeralda, ou será enforcado. O cara não gosta da cigana mas ama a cabra dela. O corcunda é praticamente surdo e pouca gente sabe disso, por isso ele é tratado com muita crueldade, principalmente em seu julgamento. O autor usa esses momentos para fazer comédia, não é um conto que envelheceu bem. 

Desde a primeira adaptação (cinema mudo) temos o trágico corcunda como personagem principal. Eu gostei das alterações que a Disney fez, a trama ganhou um único rumo, a trilha musical é fantástica e Esmeralda não é uma coitadinha. E como eu já disse várias vezes aqui, eu só não gosto das gárgulas, o filme seria perfeito sem elas.



Livro de 1967. Tod é uma raposa que foi criada pelo humano que matou sua mãe. Quando se torna adulto ele volta para a floresta. Ele se diverte provocando os cachorros e isso causa a morte de Chief (atropelado por um trem), tornando Cooper o único cão de caça de seu dono. O homem treina o cão para ignorar todas as raposas menos Tod. Por duas vezes, Tod arrumou uma companheira e teve filhotes, e por duas vezes, Cooper e seu dono mataram todos eles.
Quando a raiva se espalha entre as raposas doentes e necrófagas, uma criança é infectada e morre e então o povo resolve exterminar todas as raposas com a ajuda de Cooper e de seu dono.
Cooper é enviado para caçar Tod e a perseguição dura um dia inteiro, e na manhã seguinte, Tod, já muito velho, morre de exaustão. O dono de Cooper, também já muito velho, precisa se mudar agora para uma casa de repouso e lá eles não aceitam cães. Então ele pega uma espingarda e...

É... a Disney tinha duas opções. Infantilizar tudo ou não adaptar nada. E eu acho que eles fizeram bonito, os protagonistas se conhecem desde filhotes e precisam, contra a vontade deles, se tornar inimigos no futuro. É de derrubar qualquer um o momento em que Tod é abandonado pela velhinha. E o desfecho no rio também, sem diálogos, apenas o olhar dos personagens. Uma pequena obra de arte.



O momento em que o jovem Arthur retirou a espada da profecia (não é a Excalibur) da pedra e se tornou rei da Inglaterra, é uma passagem rápida dessa lenda. Suas maiores aventuras aconteceram na idade adulta. 

A Disney perdeu a oportunidade de criar um verdadeiro clássico. Ficou enrolando com o mago Merlin, um viajante do tempo, que passou o filme todo ensinando algumas lições para o garoto que no fim das contas nem desejava se tornar rei. Nada de cavaleiros da távola redonda, nada de feiticeiras de Avalon, nada sobre a busca pelo Graal... eles pegaram um pequeno trecho da lenda e deram uma esticada. Foi preguiçoso e sem graça.



Livro de 1923. Acompanhamos a vida de Bambi desde o nascimento. Ele cresce ao lado dos primos, Faline e Gobo. A história avança no tempo várias vezes, um Bambi mais velho conhece pela primeira vez o Homem e ouve conselhos do Velho Príncipe, um cervo adulto, o rei da floresta. Há outros jovens cervos na história de Bambi, como Marena, Nettla, Ronno e Karus. Durante um inverno, vários animais são mortos pelo Homem, inclusive a mãe de Bambi, Gobo também desaparece.
Já adulto, Bambi luta contra outros machos (Ronno e Karus) e conquista sua prima Faline. Gobo retorna à floresta, ele esteve ferido e um Homem cuidou dele. Marena se torna companheira de Gobo, mas ele é morto ao se aproximar de um caçador, achando que poderia confiar nos humanos. Bambi é baleado por um caçador e fica ao lado do Príncipe até se recuperar. Mais tarde os dois encontram um Homem morto por outro Homem, Bambi aprende que os humanos não são invencíveis. O Príncipe se despede e deixa a floresta chamando Bambi de "meu filho". Bambi ajuda dois filhotes de cervo que se perderam da mãe. A menina o fez pensar em Faline e o menino chamou a atenção de Bambi. Ele espera reencontrar esse filhote no futuro, Bambi poderia lhe dar conselhos como o Velho Príncipe fazia.

Eu não sou muito fã da animação de 1942. Ela é visualmente bonita, mas não tem muita história. Até hoje não decidi se quero ter esse filme na coleção. É muita enrolação, Bambi leva uma eternidade para aprender a falar, leva um tempão para aprender a andar, e depois quer andar no gelo. A história raramente avança e... o filme nem sequer tem história para contar. Ele sofre, ele agoniza tentando ultrapassar 60 minutos para ser chamado de longa metragem. Quase não segue o livro de Felix Salten cujo tema é o amadurecimento. O filme é infantil demais na maior parte do tempo, não sei porquê o estúdio resolveu adaptar a morte da mãe do Bambi e deixar todo o restante do livro de fora. 

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu também sempre o filme bambi chato a beça, maior nada acontece feijoada. Agora o livro parece interessantíssimo, deu até vontade de correr atras pra ler kkkkkkkkkkkkkk