1️⃣0️⃣ TESOUROS DA PANDEMIA

A gente sempre se lembra de "Feitiço do tempo" quando surge um filme com looping temporal. E aí, nenhum outro filme consegue surpreender a gente. Mas eu achei "Palm Springs" bem diferentão. Existem outras pessoas presas no mesmo looping, todos já perceberam que há duas opções nesta vida: enlouquecer com a repetição do mesmo dia eternamente e tentar quebrar o ciclo ou fazer a festa. Já prometeram uma continuação várias vezes, eu tô na espera. 

O ano de 2020 foi um ótimo ano para a Netflix. Os cinemas estavam fechados. Em "The old guard" temos um grupo de heróis formado por imortais, tem um casal gay entre eles. Os personagens estão vivos há séculos e estão tentando ajudar a humanidade de alguma forma. Eles descobrem que uma nova imortal surgiu e ela precisa ser protegida por que tem um vilão caçando os imortais. De novo: uma continuação já foi prometida várias vezes nos últimos anos e até agora nada. 

Outra produção da Netflix e essa chegou ao Oscar (6 indicações incluindo Melhor filme). Baseado numa história real, "Os 7 de Chicago" usa vários clichês de roliúdi sobre tribunais, então é fácil de assistir, de entender, e a gente até se diverte. Era o meu favorito no Oscar, o vencedor (Nomadland) eu achei fraquinho demais.

Outro filme baseado numa história real. Mary Anning (Kate Winslet) é uma famosa caçadora de fósseis, mas estamos em 1840, a comunidade científica não a reconhece como uma cientista séria porque ela é uma mulher. Mary ganha uma ajudante, a personagem de Saoirse Ronan, e as duas começam a se apaixonar uma pela outra. "Ammonite" tem uma cena de homossexo de cair o queixo. 

Quando apareceu no streaming, "Amor e monstros" se chamava "Problemas monstruosos", mudaram o nome pouco tempo depois. Eu me diverti muito com esse filme, ele foi direto para o streaming mas não é da Netflix, é da Paramount, e ganhou um blu-ray na época (encontrei um, mas tá caro). A radiação de um meteoro transformou vários animais em monstros, a raça humana está à beira da extinção. Dylan O'Brien deixa seu abrigo subterrâneo para reencontrar a namorada que está em outro abrigo a 130 quilômetros. Ele e o cachorro precisam evitar os monstros que vagam pela superfície. O filme recebeu uma indicação ao Oscar pelos efeitos especiais. 

"Dois irmãos", da Pixar, apareceu nas telonas bem no começo da pandemia. Sua bilheteria foi prejudicada, mas alguns países homofóbicos ainda tiveram tempo para alterar ou banir o filme por conta de uma personagem lésbica que fica na tela por meio segundo. Eu amo esse filme, eu adorei esse universo com seres mágicos coexistindo, gostei muito do Chris Pratt e do Tom Holland nas vozes originais. Parece que essa trama matou de vez a famosa "teoria da Pixar", não tem como encaixar esse filme lá. 

"Wolfwalkers" é outra animação que merece ser redescoberta. Do mesmo estúdio de "A canção do oceano" e "Viagem ao mundo das fábulas", essa animação feita a mão também brinca com a perspectiva dos cenários. A filha de um caçador de lobos faz amizade com uma menina selvagem, que se transforma numa loba, enquanto toda a vila está travando uma guerra contra esses animais. Esse filme nunca foi lançado em mídia física por aqui e isso ainda me deixa muito triste.

Filme temático de Taiwan, "Seu nome gravado em mim" me surpreendeu porque foge de todos os clichês ocidentais, além de trazer um retrato mais realista da homossexualidade. A história se passa em 1987, por conta da homofobia dois garotos não podem ficar juntos e um deles até arruma uma namorada de fachada. É uma história sobre a descoberta do amor (gay) na adolescência. 

Filme original do Prime Video, com Paul Bettany, e escrito e dirigido por Alan Ball. "Tio Frank" se passa nos anos 70. Frank vive com o namorado em niuiorqui, ele vai fazer uma longa viagem de carro para comparecer ao funeral de seu pai levando o namorado e sua sobrinha de 18 anos. A mocinha pelo menos não é tão homofóbica quanto o restante da família. É um filme muito bonito. 

Viola Davis já tem um Oscar no bolso, mas poderia ter vários outros. "A voz suprema do Blues" é um filme que merecia mais reconhecimento. Ganhou duas estatuetas pelo figurino e pela maquiagem, Davis foi indicada como melhor atriz e Chadwick Boseman, já falecido, foi indicado como ator coadjuvante. Fala sério, que Oscar foi aquele? A atuação de Frances McDormand em "Nomadland" chega a dar sono, e Viola Davis é um turbilhão incansável durante os 90 minutos deste filme. 

OUTROS FILMES: Os irmãos Willoughby, Mortal Kombat legends, Câmp de maci, Palavras que borbulham como refrigerante, Hamilton, Sonic o filme, Druk, O homem invisível, Resgate, Enola Holmes, Minari, Trolls 2, Mank, O jardim secreto.