10.1.25

🔎🔱🪐 DISNEY VS CONTOS ORIGINAIS (parte 6)

Mais um trio de filmes dos diretores Ron Clements e John Musker. Eu amo "As peripécias do ratinho detetive". Baseado numa série de livros, esse filme merecia ganhar sequências ou um seriado de tv. Nos livros Basil resolve mistérios em Paris, México, no velho oeste... e algumas tramas fazem referências a aventuras vividas por Sherlock Holmes. Os livros do ratinho foram publicados entre 1958 e 1982. A autora, Eve Titus, faleceu em 2002.

A Disney pegou dos livros apenas o detetive Basil, o dr Dawson e o vilão professor Ratagão. O filme trouxe vários personagens novos e também uma história nova, nesse caso uma história de origem onde vemos Basil conhecendo Dawson. Mas também vemos o confronto final entre Basil e seu arqui inimigo. Com um clima bem adulto, típico das animações dos anos 80, o filme foi censurado em muitos países, ficou pronto em tempo recorde com a ajuda de efeitos de computação gráfica, mas não foi um sucesso de bilheteria. 



Argh, por onde eu começo? Esse conto de 1837 é uma tragédia. Supostamente, Hans Christian Andersen estava furioso com um certo rapaz, uma paixão não correspondida, e decidiu ofendê-lo através dessa história. A sereia do título é a mais jovem de cinco irmãs, elas podem visitar o mundo dos humanos quando completam 15 anos. Quando chega a vez da irmã caçula, ela salva um príncipe de um naufrágio e se apaixona por ele. Querendo revê-lo, ela faz um acordo com a bruxa do mar, ela vai ganhar pernas e se tornará humana (ela ganhará uma alma também, sereias não têm alma... porque são loiras) e terá que se casar com o tal príncipe, que nunca a viu. Se falhar, morrerá. 
A bruxa foi esperta, ela tirou a voz da mocinha. Usar o canto de sereia para fazer o príncipe se apaixonar seria trapaça. E a mocinha foi estúpida, a bruxa lhe disse que ao caminhar em terra firme ela sentiria a dor de andar sobre facas afiadas, seus pés iriam sangrar o tempo todo. Mesmo assim, a moça aceitou o acordo.
O príncipe marcou um casamento com uma donzela, ele acredita que foi ela quem o salvou. Então as irmãs procuram a bruxa e trazem uma faca, se a sereia matar o príncipe antes do casamento, ela não vai morrer. A sereia se recusa a matar o príncipe e aí morre se transformando em espuma no mar. Mas no último minuto algo extraordinário acontece. 

Ok, o final é tocante, mas o restante do conto é de virar o estômago. É bem diferente da "versão para crianças" que eu li quando era criança. Eu não culpo a Disney pelas alterações, o filme deles é lindo de morrer, é mágico, tem uma das melhores trilhas do estúdio. Vemos uma inovação logo no começo, Ariel é uma exploradora, ela é fascinada pelo mundo dos humanos, ela quer deixar o mar e quer viver lá em cima. O príncipe bonitão acaba sendo apenas uma cereja no topo do bolo. O filme NÃO É sobre a Ariel largando tudo por um homem, vai cancelar a sua vó.



Livro de 1883, eu adoro "A ilha do tesouro". Acompanhamos Jim Hawkins, um garoto que embarca numa aventura em busca de um lendário tesouro. O cozinheiro do navio, Long John Silver acaba se revelando o vilão da história quando a embarcação encontra a ilha onde o pirata Capitão Flint escondeu sua fortuna.

Clements e Musker tentaram adaptar o livro nos anos 80, a Disney só deu um sinal verde depois que os diretores terminaram "Hércules". O livro já foi adaptado várias vezes, até a Disney fez um live action em 1950, era necessário fazer algo diferente. Então pintou a ideia de fazer um filme em 3/4, é o século XVIII mas temos viagens espaciais. Gosto muito da arte desse filme, mas ele não é perfeito. Eu não colocaria alienígenas no filme, apenas humanos, esses bichos estranhos deixaram o filme sobrecarregado. E pode me chamar de insensível, eu não gostei dessa relação de pai e filho entre Jim e Silver. No livro o rapaz ainda tem um pai, Silver é um vilão e eu prefiro vê-lo como um vilão.
O filme foi um dos maiores fracassos do estúdio. Não acho que é um "filme fracassado que virou cult", como "Atlantis", mas ele tem seus fãs. 

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