4.11.21

livro - FUNDAÇÃO


Wow, aquele seriado de TV pegou pouca coisa do livro, e olha que estamos na Era do "seja legal com os leitores". Ah, mas dá para entender, o livro não daria um bom filme ou seriado se fosse fielmente adaptado. Logo na primeira página ... o quê? Gaal é homem? Lá na frente ... Hardin também é homem? No seriado são mulheres. Fazer o quê? No livro temos apenas três mulheres escondidas nos cantos das páginas, uma rainha que ganha umas poucas linhas, uma secretária (apenas a voz) que diz "ele vai atendê-lo agora", e uma criada que não abre a boca. Diversidade = zero. Publicado em 1951, o livro se passa num futuro tão distante que ninguém sabe mais em qual planeta os seres humanos surgiram, mas ele tem um pé nos anos 1950, com homens fumando charutos o tempo todo, até dentro das espaçonaves, e as mulheres não fazem nada, ou simplesmente não existem.

Começa com Hari Seldon criando a Fundação, uma enciclopédia galática que vai ajudar a todos quando o império cair e a raça humana entrar numa era menos civilizada. Vai levar alguns séculos para o fim do império (matematicamente previsto por Seldon), mas ele já começou a perder o controle dos planetas na periferia da galáxia. O livro avança algumas décadas e passamos a acompanhar Salvor Hardin, para poder proteger a Fundação, ele tira proveito das superstições das pessoas e transforma a Fundação numa religião para controlar as massas e manter a paz no quadrante. Depois disso, avançamos ainda mais no futuro, deixando o seriado da AppleTv+ para trás. A cada avanço, novas histórias e novos personagens. Na última parte, um comerciante esperto se torna um político poderoso, não é um final legal para o livro. Eu gostaria que o livro avançasse até a queda do império. Sei que ele é o primeiro volume de uma trilogia, resta saber qual livro devo ler em seguida, mas ... ah, chega de política, por favor.




Um comentário:

Anônimo disse...

Estranho demais ter contato com essas obras antigos tipo livros e filmes e perceber o quanto mulheres ou pessoas não brancas eram ou representadas de maneira péssima ou simplesmente deixadas de lado. Óbvio que a cultura pop ainda carrega muitos vícios desse tipo, mas com certeza estamos avançando.