Acabou a guerra, o estúdio voltou a investir em contos de fadas e adaptou alguns livros também. A Era de prata trouxe algumas animações bem feitas e algumas inovações. Mas, na metade do caminho, faltou dinheiro. O estúdio resolveu investir mais na televisão, que tava se tornando bem popular, os filmes estavam se tornando um risco.
CINDERELA (1950)
Indicado para 3 Oscars (som, trilha e canção), o sucesso do filme salvou a Disney da falência. O estúdio não arrecadava uma boa bilheteria desde ''Branca de neve'' e tava com uma dívida absurda (4 milhões era bastante dinheiro). É uma pena que a protagonista aparece pouco, o filme é todo dos bichinhos. Tirando a narração no começo, que mostra Cinderela perdendo sua família, o filme dura cerca de 24 horas. A moça acorda pela manhã, vai ao baile no fim do dia, volta para casa meia noite e no dia seguinte está casada.
ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS (1951)
O filme foi produzido ao mesmo tempo que Cinderela. O estúdio decidiu que o melhor filme, e não o primeiro a ficar pronto, seria o primeiro a ser lançado nos cinemas. Por isso Alice ficou para o ano seguinte e seu faturamento foi bem baixo em comparação ao filme anterior. Foi uma adaptação bem rasa do famoso livro e investiu muito mais no gênero musical. A sequência do carpinteiro com a morsa e as ostras a gente gostaria de esquecer.
PETER PAN (1953)
Walt tentou comprar os direitos do livro em 1935 e só os conseguiu em 1939 (dois anos após a morte do escritor JM Barrie). Por conta disso, Walt não pôde lançar o filme depois de ''Branca de neve'', como gostaria. Pan acabou sendo o 14º longa animado do estúdio e reaproveitou uma canção que não foi usada em ''Alice''. Mais um filme que não envelheceu bem, retrata os índios de uma maneira bem estereotipada.
Como esse filme é lindo, a animação é impecável. Em agá dê o filme enche os olhos (pena que a dublagem br foi alterada). Foi um sucesso nos cinemas, faturando tanto quanto a ''Branca de neve''. Apresentado em CinemaScope, os animadores tiveram problemas para trabalhar em widescreen. Nem toda sala de cinema tinha esse formato na época, então o filme também foi feito no estilo standard, dificultando a vida dos animadores na hora de centralizar os personagens.
A BELA ADORMECIDA (1959)
Levou quase uma década para ficar pronto. Pela primeira vez na história do estúdio, uma única pessoa ficou responsável pelos cenários. O estilo de Eyvind Earle serviu de inspiração para a floresta de ''Frozen 2''. O filme saiu caro, mas foi a segunda maior bilheteria do ano. Foi feito em widescreen e usou 24 imagens para cada segundo de animação. Não veremos outro conto de fadas na lista até 1989 (a pequena sereia) e nem outra mãe de princesa, ainda viva, até 1998 (Mulan).
101 DÁLMATAS (1961)
Agora ninguém pinta mais nada. O nome da inovação se chama Xerox, facilitou muito a vida dos animadores. Baseado num livro, o filme foi um sucesso e foi o primeiro a ganhar uma versão em live action. Depois dos números da ''Bela adormecida'', o estúdio resolveu não correr mais riscos e apostou num filme de baixo custo. Manteve esse estilo até 1977. Walt nunca gostou do visual.
A ESPADA ERA A LEI (1963)
Outra produção modesta, reciclou partes da ''Bela adormecida''. Não tem muita história para contar, apesar de ter usado o mesmo número de frames do filme dos dálmatas, até a duração é a mesma. O filme passa muito tempo enchendo linguiça e o final é bem sem graça.
MOGLI, O MENINO LOBO (1967)
Disney morreu durante a produção desse filme, ele nunca o viu finalizado. Decepcionado com o desempenho de ''A espada era a lei'', Walt investiu pesado nessa animação, tem um clima mais sombrio mas tem história, e vale a pena pelas canções. O filme reciclou animações de ''101 dálmatas'', '' A espada era a lei'' e ''Ichabod e sr sapo''.
Continua.
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