SEXO FORA DE CASA

Plano A, comida de graça. Plano B, arrumar um namorado esta noite. Plano C, sexo a quatro. E é só.
Se não existe um plano D, por que estou passando a noite sozinho num sofá? Vamos voltar no tempo algumas horinhas.

Aí ele começou a dizer: enfia tudo, enfia tudo.
Dúvida: todo o dedo, ou, todos os dedos?
Depois disso a gente deitou num sofá coberto de poeira e fizemos tudo de A a Z. Ele gemia alto, mas acho que estávamos a salvo no fundo do quintal. Deixamos a casinha e voltamos para a sala. O Antonio ainda tava vendo Shrek, o outro cara parecia estar contando fiapos no tapete. Foi ele quem se levantou e disse: Tá na minha hora. Aí, todo mundo resolveu ir embora também.
Na calçada, nos dividimos em dois grupos. O carinha que transou comigo nos fundos desceu a rua. O restante de nós subiu. O Antônio entrou no supermercado ali perto, eu, e o outro amigo, continuamos para o sul. São trinta minutos de caminhada até a minha casa. Vinte até a casa dele. Vamos juntos, conversando.
- Já imaginou se tivesse rolado sexo a quatro agora há pouco? Ele disse.
Ainda estamos falando sobre isso?
- Eu não conseguiria fazer com o Antônio, é meu amigo já faz um bom tempo, seria estranho.
Ok... concordando, bancando o adulto.
- Não gostei muito do outro amigo dele.
Certo ... não vou fazer fofoca sobre o ocorrido, sou adulto.
- Mas, com você ... eu faria.
Ok, a puta voltou.

E essa puta tem um plano. Meus pais não estão em casa. Ah, minha adorável e quente cama, vai ser muito gostoso transar em cima dela. Ele topou. Vamos lá. Mas quem disse que eu estava com a minha chave? Ela ficou na casa do Antonio, eu tinha que voltar lá. Certo, meia hora até lá, pego a chave, outros trinta minutos pra voltar ... O rapaz não gostou da ideia, mas eu não queria deixar passar a oportunidade.
Do outro lado da rua está o Centro Esportivo, naquela época a cerca era cheia de buracos e não havia ninguém vigiando o local durante a noite. Apesar do friozinho, ele topou.

Fizemos sexo no campo de malha onde o time do meu pai costumava jogar. Depois ele foi embora pra casa. E eu, sem outra alternativa, voltei pra casa do Antônio. Encontrei a chave, mas não queria voltar pra casa sozinho a essa hora da noite.

- Posso dormir aqui?

Eu estava exausto, espero que ele não queira fazer sexo também. Ele havia bebido bastante, deitou ao meu lado e apagou junto comigo. Não demorou muito, ele começou a roncar, bem alto, e os sons eram assustadores. Me levantei e fui dormir no sofá.

No fim de semana seguinte, o Antônio (sabe, acho que se escreve ''António'', nota mental: pesquisar mais tarde) repetiu a dose. Jantar com amigos, já vou botar umas camisinhas na carteira (e grana para o ônibus). Era eu, ele, um amigo (sem graça) e duas moças (o António é meio bi, não conheço outro gay que curte pornô hétero tanto quanto ele). Uma das moças tomou banho de perfume, era difícil ficar perto dela, a outra, nem banho tomou. Após o jantar, fui o primeiro a dizer tchau e voltar para casa.