SEXO FORA DE CASA

Então o Antonio me convidou para jantar na casa dele, outros dois amigos estariam lá, gente que eu não conhecia. Legal, acho que ele vai me apresentar pra alguém, ele sabia que eu tava louco pra arrumar um namorado. Chega de sexo casual.

Fato, os dois caras eram bonitinhos. Mito, ao contrário da grande maioria dos gays, eu consigo evitar o ''sexo no primeiro encontro''. Não vou despir ninguém com o olhar. Realidade, quando o Antonio começa a beber, ninguém é de ninguém. Minha tentativa de arrumar um namorado foi por água abaixo quando o Antonio, após o jantar, colocou a palavra ''sexo'' no meio da conversa que a gente tava tendo no quarto.

- Alguém já fez sexo a três? O Alessandro já. É claro que todos iriam olhar para mim logo em seguida, a palavra ''Puta'' estava tatuada na minha testa desde que o Fievel chegou em Nova York. Mas eu não vou ser trucidado sozinho.

- Você sabe disso, eu falei, porque você estava lá também. Os amigos viraram a cabeça na direção do Antonio, começou a partida de tênis.

- Como vocês têm coragem, disse um deles, eu acho que eu não conseguiria. Beleza, uma puta a menos no recinto, falta saber a opinião do outro carinha.

E o outro carinha disse - Alguém já fez sexo a quatro?

Ah, é isso, tá explicado por que é tão difícil arrumar namorado. Mas eu não vou ceder, vou bancar o adulto na frente de todos, tá na hora de mudar de assunto.

- Alguém já viu aquele filme que ... - Bom, nós estamos em quatro aqui, não estamos?

Pff, calaboca Antonio 😠

Olhares estavam se cruzando, foda-se o adulto de plantão, o negócio vai rolar, mas ninguém estava se mexendo. O que me passou pela cabeça foi: vou chegar tarde em casa. Então eu disse - Posso usar o telefone?

Antes de sair do quarto eu disse pro Antonio - Coloca um filme na tv pra gente. Ele tinha muitos filmes eróticos em casa. Levava semanas mas ele baixava cada um no Emule e usava o Nero para salvar tudo em disco (eu nunca consegui fazer o Nero funcionar em casa 😔).

- Alô, mãe. Quando der 20:30 dá o remédio pro cachorro. Eu sabia que meus pais iam passar a noite na casa da minha irmã, em outra cidade, mas só iam sair após as 21hs.

Voltei pro quarto e não encontrei ninguém. Eles estavam na sala ... no sofá ... vendo Shrek em dvd. A porra do Shrek. Sentei ao lado do Antonio, eu queria brigar com alguém. - Você disse pra botar um filme, ele disse baixinho.

- Um pornô, um pornô, caramba. A gente não ia fazer aquilo?

- Ah, já passou o clima.

- Sim (GRRRR), passou porque você botou o Shrek pra todo mundo ver.

O pior é que o filme tava dublado, o ogro tava um lixo. Me levantei e fui até os fundos, saí pro quintal para respirar o ar noturno. Lá no fundão tinha uma casinha, fui até lá fazer uma exploração. Um dos caras apareceu e me seguiu, disse que o filme tava chato. Na casinha encontramos muitas tranqueiras. Tinha um boombox num canto, com entrada para duas fitas K7. Fiquei pensando se o Antonio me venderia aquilo. Quando me virei, vi que o amigo havia abaixado as calças e tava com a mão dentro da cueca. Tirei a chave de casa do bolso e a coloquei numa mesinha.

Continua.