Eu estava a caminho do cinema quando passei na frente de uma quitanda. As goiabas pareciam saborosas. Fiquei com vontade de comer algumas, o que me impedia? As normas de segurança do cinema me impedem de entrar com latas e com garrafas de vidro, mas não dizem nada a respeito de frutas. É isso aí, não vou comprar pipoca e nem refri, vou entrar no cinema com frutas na mochila. Aquilo foi meio estranho, era como estar em casa. Já vi muita gente tirando o sapato dentro do cinema mas eu não chegaria a esse ponto, eu estava apenas comendo uma banana.
A banana acabou e eu ainda estava nos trailers. Mexi na mochila novamente, o que mais tem aqui? Ah, uma goiaba, legal.
O filme começou. Minutos depois, um cara com moedas no bolso entrou na sala. Eram muitas moedinhas. Ele fazia muito barulho a cada passo. Se passou uma eternidade e ele se sentou.
Na minha frente, a direita, um homem falava em voz alta. Mas era sobre o filme. Lia legendas em voz alta, explicava a trama e ria de qualquer coisa. Com certeza havia alguém ao seu lado.
Achei uma maçã e dei uma mordida. CRUNCH, de onde veio esse efeito sonoro? O filme estava silencioso naquele segundo. Alguém na sala deve ter ouvido minha mordida. Resolvi esperar pela trilha musical do filme, ou por um diálogo mais alto, para começar a mastigar. Não gosto de incomodar ninguém.
O cara das moedas se levantou e foi embora depois de alguns poucos minutos de filme. Nossa, achou tão ruim assim?
O outro na minha frente continuava a descrever tudo o que via.
O filme começou. Minutos depois, um cara com moedas no bolso entrou na sala. Eram muitas moedinhas. Ele fazia muito barulho a cada passo. Se passou uma eternidade e ele se sentou.
Na minha frente, a direita, um homem falava em voz alta. Mas era sobre o filme. Lia legendas em voz alta, explicava a trama e ria de qualquer coisa. Com certeza havia alguém ao seu lado.
Achei uma maçã e dei uma mordida. CRUNCH, de onde veio esse efeito sonoro? O filme estava silencioso naquele segundo. Alguém na sala deve ter ouvido minha mordida. Resolvi esperar pela trilha musical do filme, ou por um diálogo mais alto, para começar a mastigar. Não gosto de incomodar ninguém.
O cara das moedas se levantou e foi embora depois de alguns poucos minutos de filme. Nossa, achou tão ruim assim?
O outro na minha frente continuava a descrever tudo o que via.
Percebi que havia colocado as cascas de banana em uma das sacolas de dvds. Tava escuro demais para arrumar essa bagunça. Deixei pra lá.
O cara das moedas voltou depois de alguns minutos. Deve ter ido ao banheiro, perdeu muita coisa. Lá na frente um cara resolveu olhar para trás, para o sujeito que não parava de falar, e lançou um olhar assassino. O cara ficou quieto.
O cara das moedas deixou a sala novamente. Peguei um cacho de uvas. O outro lá na frente começou a falar novamente, num tom de voz mais baixo, ele não conseguia evitar. Foi aí que notei que ele estava falando sozinho, não havia ninguém ali com ele.
O cara das moedas voltou. Ele perdeu boa parte do filme, será que está conseguindo acompanhar a trama? Duvido muito. Minha mochila já estava virando um lixão, eu precisava cuspir sementes em algum lugar. O cara das moedas deixou a sala novamente.
O picnic acabou. Abri o ziper na lateral da mochila e peguei meu fio dental. Sempre que como fora de casa, eu o levo, para usar no banheiro do restaurante e tal, mas nunca o havia usado dentro do cinema.
O filme acabou. O maluco lá na frente deixou a sala resmungando comentários sobre o elenco. O cara das moedas voltou para dentro e se sentou. O que ele vai fazer? Ficar sentado ali, lendo os créditos?
No final do corredor, que leva para fora da sala, eu fiquei parado ao lado da escada rolante. Esperando pelo cara das moedas. Eu queria dar uma olhada melhor no maluco. Mas ele não deixava a sala. Estava se divertindo com os créditos finais. Cansei de esperar e fui embora.
O cara das moedas voltou depois de alguns minutos. Deve ter ido ao banheiro, perdeu muita coisa. Lá na frente um cara resolveu olhar para trás, para o sujeito que não parava de falar, e lançou um olhar assassino. O cara ficou quieto.
O cara das moedas deixou a sala novamente. Peguei um cacho de uvas. O outro lá na frente começou a falar novamente, num tom de voz mais baixo, ele não conseguia evitar. Foi aí que notei que ele estava falando sozinho, não havia ninguém ali com ele.
O cara das moedas voltou. Ele perdeu boa parte do filme, será que está conseguindo acompanhar a trama? Duvido muito. Minha mochila já estava virando um lixão, eu precisava cuspir sementes em algum lugar. O cara das moedas deixou a sala novamente.
O picnic acabou. Abri o ziper na lateral da mochila e peguei meu fio dental. Sempre que como fora de casa, eu o levo, para usar no banheiro do restaurante e tal, mas nunca o havia usado dentro do cinema.
O filme acabou. O maluco lá na frente deixou a sala resmungando comentários sobre o elenco. O cara das moedas voltou para dentro e se sentou. O que ele vai fazer? Ficar sentado ali, lendo os créditos?
No final do corredor, que leva para fora da sala, eu fiquei parado ao lado da escada rolante. Esperando pelo cara das moedas. Eu queria dar uma olhada melhor no maluco. Mas ele não deixava a sala. Estava se divertindo com os créditos finais. Cansei de esperar e fui embora.
Cheguei em casa, estava com fome, não havia nada para se comer. Apenas a comida duvidosa da minha irmã na geladeira, resolvi arriscar. Vi um dvd e depois fui mexer no blog, foi aí que meu estômago virou do avesso. Passei o restante da noite vomitando e levei dois dias para me recuperar. Quem diria, é possível comer coisas saudáveis dentro do cinema. Mas os malucos estão em toda parte, e eles não sabem cozinhar.
2 comentários:
Próximo desafio:
Abrir o ziper da calça, tirar os sapatos e esticar as pernas.
"Foi aí que notei que ele estava falando sozinho, não havia ninguém ali com ele."
Alessandro: Continua na sala e termina o filme.
Anselmo: Voa pra fora da sala e liga 190 rs.
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