Ah, eu não tinha pressa nenhuma. Um dos últimos filmes nacionais que vi no cinema da minha cidade foi uma sessão super decepcionante, devo ter perdido mais de 50% dos diálogos, ou o volume tá sempre muito alto ou tá sempre muito baixo. Sem legendas não dá pra mim (e eu reconheço que eu deveria procurar um médico de ouvido também), a dublagem das animações é sempre ok, um filme com áudio original em português costuma ser um problema.
Além disso, aquele português nada natural que usam nos filmes e novelas me incomoda bastante, crianças falando aquele português todo certinho é ainda pior (olá turma da Mônica). Eu também já havia conferido o elenco do filme. Fernanda Montenegro? Nunca gostei dela. Daniel Dantas? Não suporto (felizmente, ambos aparecem rapidamente). E foi difícil ver o Selton Mello como ator, estou vendo AINDA ESTOU AQUI e me senti na nova onda do imperador (ele também parece ser filho da Fernanda, e não marido). Ok, o que restou? Fernanda Torres. Ah, ela fez todo o filme valer a pena.
Eu não me lembro de muita coisa da ditadura (nem do meu tempo no útero) além de certas censuras nas músicas e na tv, nada que afeta a vida de uma criança. O filme se passa no auge dela, lá nos anos 1970, então vi um Brasil na trama que nem consegui reconhecer. O marido de Eunice é levado pelas autoridades e desaparece completamente. Foi muito tenso o momento em que ela mesma é levada, com a cabeça coberta, para um interrogatório.
Eu esperava por um filme diferente, mas foi bobagem minha, uma mulher contra o regime? Não tinha como rolar. Então a trama avança no tempo, para depois da ditadura. E essa parte do filme acabou me decepcionando por ter deixado de lado toda a ação. As coisas que Eunice fez ao longo dos anos são contadas nos créditos finais e não dentro do filme, foi um desfecho tranquilo demais. Haviam momentos marcantes ali que mereciam estar na trama, a personagem precisava disso. Ver essa parte da história de maneira resumida foi meio brochante.
FICHA TÉCNICA
TÍTULO ORIGINAL: idem
ANO: 2024
PAÍSES: Brasil, França
DURAÇÃO: 2h 17min
DIRETOR: Walter Salles
ELENCO: Fernanda Torres e Selton Mello
ESTREIA BR: 7 de novembro de 2024
PRÊMIOS: Oscar de melhor filme estrangeiro.
10 comentários:
ass. Rubens Ewald Filho.
Sua opinião, mas demonstra total desconhecido sobre fazer cinema nacional, construção de cenas, fotografia e interpretação, pelo jeito está acostumado a ver só homens seminus, galãs em filmes de heróis... Poderia ter ficado sem publicar essa opinião total de totalmente superficial.
caramba... você deu a mesma nota pra esse filme e pro filme da Millie Bobby Brown com o Chris Pratt... então tá né...
O problema de captura de áudio no Brasil faz tempo que foi superado, Alessandro nunca gostou de cinema BR uma pena, tem boas obras sendo produzidas e cinema BR difere bastante do Americano, o que é ótimo.
PQP
Eu não esperava por essa...
Vc é realmente um "chupa cu de gringo"
Uma crítica feita por alguém que sofre do famoso complexo de vira-lata.
Que triste...
A percepção sobre cinema de qualidade deve ser só quando tem explosões, homens pelados, salvar o EUA.
PQP
Continua no teu mundinho de faz de conta, já que gosta de contar e aumentar as histórias, até de traição... Este é um dos melhores filmes que o país produziu!
Meu Deus deixem o Alessandro em paz gente tadinho kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Impressionante como a DEMOCRACIA que se anseia e está no centro da polarização centralizadora e opressiva, onde os extremos lutam pela propriedade da Liberdade é idiotizante. Tudo agora é como um uniforme: quem é contra tem que odiar o a favor e vice-versa. Esse filme foi usado como instrumento para atender aos interesses daqueles que invocam esse passado para amedontrar e direcionar um pensamento moldado e de militância digital. Todo mundo já foi assistir ao filme com uma emoção prévia. A campanha para um Oscar foi motivada por esse sentimento, nostálgico eu diria, em querer reviver essa época como uma iminência. Eu também não achei o filme, como cinema, nada que merecesse tanta mobilização. Central do Brasil é bem melhor.
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