MESMO NOME, OUTRO ODOR

Apesar de gostar do Sean Connery, não gostei muito do filme ''O nome da rosa'' de 1986. Tudo bem, dava pra ver o bumbum do Christian Slater, mas o filme era um tédio. Quando meu namorado me deu o livro de Umberto Eco, eu quase virei a cara. Porém, como sou viciado em leitura, não deixei o livro de lado por muito tempo. 

Eu gostei tanto do livro que passei a odiar o filme. Não é nenhum ''Código da Vinci'', não acho que a igreja iria massacrar o filme se ele fosse mais fiel à obra, ainda assim, essa adaptação está bem diferente do livro de 1980. Eles suavizaram tudo (e mudaram o significado do título), se algumas coisas não fazem sentido no filme é inútil recorrer ao livro, que conta outra história.

A trama do livro se passa na Itália, em novembro de 1327. Temos uma abadia com uma gigantesca biblioteca. Os monges que vivem lá estão copiando e traduzindo as obras para outros idiomas. Aí começam os assassinatos violentos, alguém está matando os monges. O frade Guilherme (Sean Connery, no filme) e seu auxiliar Adso (Slater), chegam ao local para desvendar o mistério. A biblioteca é um labirinto confuso que guarda um livro muito interessante. Esse livro é a chave de tudo. Você pode achar as motivações do vilão um tanto bobinhas, mas, para um monge do século 14, o tal livro, que fala sobre Jesus, traz uma revelação bombástica. 

O filme deu muito mais espaço para uma mulher que passa rapidamente pelo livro, por conta dela, o título do filme ganhou outro significado. ''O nome da rosa'' é um ótimo romance policial, mas o filme não quer saber de investigações, quase não tem mistério algum, poderia ter sido um ótimo thriller se fosse mais fiel ao livro.