14.8.10

AQUARELA - AS CORES DE UMA PAIXÃO

Às vezes morar no Brasil é como morar no passado, ou será que podemos simplesmente dizer que estamos longe demais do núcleo luminoso da galáxia do cinema? Ok, vamos aplaudir quando um temático gay dá as caras nos cinemas brazucas, não importa se o filme já tem 3 ou 4 anos de vida, o importante é que ele chegou aos nossos cinemas. Agora, esperar que também seja lançado em dvd seria pedir demais. Watercolors chegou ao Brasil, está em cartaz numa única sala de cinema em São Paulo capital, mas as sessões não tem aqueles horários noturnos impossíveis e isso já é alguma coisa. É só que, com tantos temáticos que são feitos a cada ano no mundo, e que acabam vindo ao Brasil (um por ano, às vezes dois) com anos de atraso era de se esperar que pelo menos fizessem uma seleção melhorzinha. Watercolors não é um filme memorável. Você pode perdoar os atores mas não o diretor, faltou emoção verdadeira nesse filme.


MOMENTO "NUNCA FUI BEIJADA".

Daniel é um pintor de sucesso, mas ele só gosta de pintar um rapaz chamado Carter, seu primeiro amor, e isso deixa seu namorado atual (C+BF) furioso. Aí começam os flashbacks que são "o filme" propriamente dito. Daniel tem 16 anos e sabe que é gay, tem uma melhor amiga para quem conta tudo e que o acompanha para todo lado. Ele vai bem nos estudos e sua professora de artes (bem estereotipada) o adora. Durante um fim de semana Carter se hospeda na casa de Daniel. O rapaz tenta ser um nadador profissional, filho de pais separados, é viciado em remédios para dormir e também usa drogas, faz o tipo marginal que não pára numa única escola. Enquanto Daniel se apaixona, Carter não quer sair do armário tão cedo e pede para que Daniel são fale com ele em público. De algum modo, não explicado, todos na escola descobrem o namoro dos dois e a vida de Carter segue ladeira abaixo. A direção do filme é sofrível, a edição está mastigada, tem uma boa história aí mas está muito mal apresentada. A cena em que Daniel é espancado por homofóbicos está muito amadora, a cena de sexo tenta ser poética trazendo a chuva para dentro da sala e isso tudo faz o filme ficar com cara de seriado de tv, não, de novelinha. Os atores fazem o que podem mas o desfecho é forte demais e o diretor (que também assina o roteiro) não soube como montar a coisa, aí o resultado ficou apático. A cena final então nem se fala, meio nonsense. No fim das contas o filme não conseguiu passar a bela mensagem que queria, ela está lá, mas está escrita com garranchos.

2 comentários:

ALESSANDRO SKYWALKER disse...

FICHA TÉCNICA

TITULO ORIGINAL: watercolors
ANO: 2008
PAÍS: eua
DURAÇÃO: 114 min
DIRETOR: David Oliveras
ELENCO: Tye Olson , Kyle Clare
DATA DE ESTREIA NO BRASIL: 13 de agosto 2010

Well disse...

Realmente o filme, tenta, tenta, mas não decola.
Recomendo o filme sueco Lucky Blue que apesar de curta-metragem consegue trazer toda a carga de sentimento ausente em Aquarela ...