REPLAY - EVIL DEAD

Sam Raimi tinha vinte e poucos anos e muita imaginação, mas, pouca grana. O filme de 1981 trazia os amigos do diretor no elenco, todos eram estudantes de cinema também, entre eles estava o bonitão Bruce Campbell. Evil Dead (ou "a morte do demônio", se preferir) foi um sucesso, sanguinolento como um terror italiano dos anos 1970, algo inédito nos isteites. Um banho de sangue e violência que, apesar do aspecto amador, assustou muita gente e chegou a ser proibido na Inglaterra. Hoje o filme não assusta muito, a maquiagem é capenga, os pedaços de corpos são de borracha, alguém leva um banho de sangue e aparece na cena seguinte com o rosto limpo, o diretor ainda estava aprendendo.
Na trama, cinco jovens alugam uma casa no meio da mata cujo único acesso é através de uma velha ponte. No porão, eles encontram o livro dos mortos, encapado com pele humana e escrito com sangue. Ah, eu tenho um desses.

Aí, pinta o estranho Ser que vaga pela floresta e a gente nunca o vê. Ele começa a possuir todo mundo e se diverte com isso. No final, restando apenas o Bruce Campbell, a criatura o ataca e o filme termina.

O filme de 1987, Uma noite alucinante, é um Evil Dead 2, mas também é uma nova versão do filme anterior. Nos primeiros 8 minutos, vemos um resumo rápido do filme de 1981, com apenas Ash e sua namorada. Depois pinta o final do filme anterior e o restante é tudo novidade. Por que isso? Bem, acontece que o livro dos mortos foi destruído no primeiro filme, e ele tem um papel importante nos dois filmes seguintes. Nessa nova versão, o livro não é destruído, e lá está ele nas mãos do novo elenco. Bruce segura o filme sozinho durante boa parte do tempo, fazendo caras e caretas, lutando contra sua própria mão e tudo o mais. Esse segundo filme tem um clima de desenho animado sem abrir mão do sangue e da violência. A mão assassina é engraçada, os móveis da casa começam a rir e uma moça engole o olho de um zumbi. Tecnicamente superior ao filme de 1981, tem efeitos e stop motion, o diretor criou uma horrormédia legal. A trilogia virou gibi, video game, rendeu muitos brinquedos e ganhou um musical na Broadway.