HITCHCOCK

Faz pouco tempo que comprei o livro de Stephen Rebello, mergulhei de cara naquelas páginas, adorei. E, enquanto lia, imaginava como seria o filme. Bem, o filme não é tão divertido quanto o livro. Alguém deve ter achado que, mostrar os bastidores de Psicose, não era o suficiente, o público ia querer mais. Então surgiu uma novelinha no meio, que não está no livro. Talvez a culpa seja de Helen Mirren. O livro deixa claro que Alma Hitchcock ajudava bastante o marido, revisava os roteiros e foi capaz de ver Janet Leigh piscando, quando deveria estar fazendo papel de morta. No livro ela "aparece" pouco, mas no filme, hey, é Helen Mirren, ela precisa de mais espaço. Não sei se essa história é verdadeira, o livro não diz nada sobre isso, mas no filme vemos o casal Hitchcock em crise, durante a produção de Psicose. O diretor precisa salvar seu filme e seu casamento.

NÃO CONTAREMOS QUE VADER É O PAI DE LUKE

O filme começa mostrando a premiere de "Intriga Internacional", o filme foi um sucesso e Hitch agora procura seu próximo projeto. Ele descobre o livro Psicose, baseado no caso do assassino Ed Gein. E agora precisa convencer a Paramount a financiar o filme, e também precisa passar a perna na censura, nudez, assassinato, Psicose foi o primeiro filme a mostrar um vaso sanitário (que escândalo). O diretor adora um rabo de saia, isso deixa sua esposa maluca, mas tem um homem dando em cima dela, surge a tentação. Agora o diretor tem que encarar a suposta traição da esposa. É essa novelinha que atrasa o filme, a gente quase não vê as filmagens de Psicose, com tanta coisa legal que aconteceu nos bastidores. Quando Hitch e Alma se acertam, voltamos ao filme (e ao livro), é um pedacinho interessante antes do final, pena que o restante do filme não seja assim. HITCHCOCK tem um pouco de drama, e tem uma comédia rasa (várias vezes o filme arruma alguma desculpa para mostrar Anthony Hopkins de perfil), a coisa não está muito bem equilibrada (e o diretor ainda tem pesadelos onde bate um papo com Ed Gein, como se o filme o estivesse afetando, mas isso não tem uma conclusão). O elenco está ok (James D'Arcy não é tão bonito quanto Anthony Perkins), Hopkins não atua, ele imita, é um Hitchcock no estilo paródia, e isso não ficou legal.

VEJA TAMBÉM: O artista, Sete dias com Marilyn, Crepúsculo dos deuses, Chaplin (1992), Ed Wood (1994).