DIGA "SIM" ÀS DROGAS

Chame os amigos, prepare a pipoca, é noite de filme ruim. Vamos rir muito. O LAGO DOS ZUMBIS é um filme horrível, e como todo filme ruim, deveria divertir. Mas, depois de alguns minutos, a graça desaparece e você começa a sentir pena do filme. O pobrezinho está se esforçando para agradar e faz tudo errado.
Esse filme francês de 1981 é terrivelmente amador. Os atores não parecem ser atores, imagine só, você quer rodar um filme e chama seus amigos e vizinhos para participarem. Por algum motivo, alguns atores foram dublados, recebendo novas vozes. Nenhum deles consegue passar emoção ou terror.
A produção é de doer. O filme mostra os zumbis caminhando pelo fundo do "lago", mas a gente vê claramente as paredes da piscina. Há vários tipos de sangue falso, de várias cores, e nenhum deles convence. A maquiagem se resume a uma tinta verde no rosto e nas mãos. Os diálogos estão cheios de clichês e erros de continuidade. A trama também tem vários furos.

Em uma pequena cidade no interior da França, zumbis estão saindo de um lago e estão matando os humanos. Eles são soldados alemães que foram mortos e jogados no lago no final da guerra, e agora buscam vingança. Um deles é o pai de uma menina que vive nessa cidade. A garotinha não quer perder o pai novamente e pede misericórdia ao prefeito. Nesse ponto, o filme tenta ser uma história de amor com muito drama. A menina nunca chora (como eu disse, abre aspas atores fecha aspas) mas o diretor insiste em dar vários closes em seus olhos secos.
O diretor é digno de pena, e é também um tarado digno de pena. Dezenas de mulheres completamente nuas desfilam pelo filme. Tem até um time inteiro de basquete feminino que decide nadar no lago dos zumbis, todas nuas, em plena luz do dia. Vive la France.
De repente, vemos uma moça nua tomando banho numa bacia no meio do campo. Uma vitima perfeita para um zumbi. Mas o que ela está fazendo lá? Quem se importa? O filme arruma várias desculpas para mostrar mulé pelada a todo instante.
Ao longo de sua vida, o diretor Jean Rollin (1938-2010) dirigiu mais de 50 filmes de terror e também filmes adultos, vez ou outra misturando os dois gêneros.