primeira, a janela do banheiro era pequena demais, minha fuga era impossível,
segunda, na sala haviam três garotas bêbadas, duas delas estavam querendo estabelecer um contato imediato de 4º grau comigo,
e terceira, eu estava incondicional e irrevogavelmente apaixonado pelo primo de uma delas.
Foi uma propaganda boca a boca, e de repente todos estavam querendo alugar aquele filme. CORRA QUE A POLÍCIA VEM AÍ era uma comédia novidade. Era tão difícil de se encontrar a fita na loja que nós, os prodigiosos funcionários, ainda não havíamos visto o tal filme.
Mas, certo dia, ele foi alugado pela Marta, da minha classe. Amiga da Aletéia e irmã da Marcia, que estava afim do meu namorado do mal número 1, que ainda não era meu namorado, mas eu estava afim dele.
Venham ver o filme na minha casa - disse Marta.
Téia e eu topamos. Marta tinha um video cassete de 4 cabeças! até hoje não sei dizer o que exatamente significa isso, mas era algo como "a Ferrari dos VHSs".
Téia e eu nos sentamos no sofá com Marta e sua irmã. Antes do filme Marta foi até o mini bar de seu pai e pegou uma garrafa (de alguma coisa). Adolescentes de 15 anos costumam sofrer muita pressão, nem a pau que eu iria beber aquilo, mas não poderia recusar, seria motivo de piada na escola. Tentei usar o truque do vaso de plantas, havia apenas um vaso no pedaço, mas fiquei com pena da plantinha. Conseguiu chegar até a cozinha e fui esvaziando o copo na pia aos poucos.
As meninas estavam virando todas. Marta disse que ela e a irmã raramente ficam sozinhas em casa, tinham que tirar proveito ao máximo da ausência dos pais.
Logo, estavam de porre. Marta não conseguia nem colocar a fita dentro do video, eu tive que fazer isso. O filme começou e eu estava me divertindo. Aletéia estava quase dormindo num canto e eu fui cercado pela Marta e pela Marcia, estava entre as duas no sofá.
É claro que eu era o único que realmente estava vendo o filme naquela hora. Marta queria conversar e foi direta, a famosa pergunta "por que você não tem namorada, Alessandro?" surgiu.
Marcia colocou uma mão no meu ombro. Ou seja, avançou o sinal, o meu sinal. Me levantei dizendo que precisava ir ao banheiro.
No banheiro fiquei pensando em desculpas para dar o fora dali, educadamente. Estava preocupado com o que Marta poderia dizer sobre mim na escola, na segunda feira. E também estava perdendo todo o maldito filme!
Notei que haviam se passado longos minutos, eu tinha que sair do banheiro antes que alguém viesse bater na porta. Voltei para o meu lugar apostando que, em algum momento, eu teria uma brilhante ideia.
Marta colocou sua cabeça no meu ombro. Ok, nada demais certo?
Mas, em seguida, sua mão direita veio parar na minha perna esquerda. Era moda usar shorts curtos, maldita moda.
Me levantei com um pulo, em meio segundo.
Estava parado, em pé, na frente das duas, que olhavam para mim. Na certa esperando por uma explicação. Uma que não passava pela minha cabeça.
Comecei a dizer que precisava ir embora, torcendo para que não perguntassem o motivo. Mas elas estavam caladas, apenas olhavam, balançando um pouco a cabeça para os lados. Eram zumbis. Dei um sorriso amigável e apontei para a porta. Estava livre.
Mas, certo dia, ele foi alugado pela Marta, da minha classe. Amiga da Aletéia e irmã da Marcia, que estava afim do meu namorado do mal número 1, que ainda não era meu namorado, mas eu estava afim dele.
Venham ver o filme na minha casa - disse Marta.
Téia e eu topamos. Marta tinha um video cassete de 4 cabeças! até hoje não sei dizer o que exatamente significa isso, mas era algo como "a Ferrari dos VHSs".
Téia e eu nos sentamos no sofá com Marta e sua irmã. Antes do filme Marta foi até o mini bar de seu pai e pegou uma garrafa (de alguma coisa). Adolescentes de 15 anos costumam sofrer muita pressão, nem a pau que eu iria beber aquilo, mas não poderia recusar, seria motivo de piada na escola. Tentei usar o truque do vaso de plantas, havia apenas um vaso no pedaço, mas fiquei com pena da plantinha. Conseguiu chegar até a cozinha e fui esvaziando o copo na pia aos poucos.
As meninas estavam virando todas. Marta disse que ela e a irmã raramente ficam sozinhas em casa, tinham que tirar proveito ao máximo da ausência dos pais.
Logo, estavam de porre. Marta não conseguia nem colocar a fita dentro do video, eu tive que fazer isso. O filme começou e eu estava me divertindo. Aletéia estava quase dormindo num canto e eu fui cercado pela Marta e pela Marcia, estava entre as duas no sofá.
É claro que eu era o único que realmente estava vendo o filme naquela hora. Marta queria conversar e foi direta, a famosa pergunta "por que você não tem namorada, Alessandro?" surgiu.
Marcia colocou uma mão no meu ombro. Ou seja, avançou o sinal, o meu sinal. Me levantei dizendo que precisava ir ao banheiro.
No banheiro fiquei pensando em desculpas para dar o fora dali, educadamente. Estava preocupado com o que Marta poderia dizer sobre mim na escola, na segunda feira. E também estava perdendo todo o maldito filme!
Notei que haviam se passado longos minutos, eu tinha que sair do banheiro antes que alguém viesse bater na porta. Voltei para o meu lugar apostando que, em algum momento, eu teria uma brilhante ideia.
Marta colocou sua cabeça no meu ombro. Ok, nada demais certo?
Mas, em seguida, sua mão direita veio parar na minha perna esquerda. Era moda usar shorts curtos, maldita moda.
Me levantei com um pulo, em meio segundo.
Estava parado, em pé, na frente das duas, que olhavam para mim. Na certa esperando por uma explicação. Uma que não passava pela minha cabeça.
Comecei a dizer que precisava ir embora, torcendo para que não perguntassem o motivo. Mas elas estavam caladas, apenas olhavam, balançando um pouco a cabeça para os lados. Eram zumbis. Dei um sorriso amigável e apontei para a porta. Estava livre.
Marta não se lembra de nada, Téia não se lembra nem de como voltou para casa. Eu ainda sou virgem, até hoje, nada de mulheres ou de álcool. Marta foi se afastando aos poucos de mim, para ela algo deve ter acontecido naquele dia, na certa o rapaz tirou proveito das irmãs bêbadas e fez alguma coisa muito feia. Para ela, eu era um monstro. Ontem eu a vi no supermercado, me deu vontade de, sei lá, contar o que realmente aconteceu naquele dia, hoje eu grito numa boa: gay gay gay! mas ela me lançou um olhar sub zero que deu medo.
5 comentários:
Alessandro vs mulheres bêbadas (1989-1997)
eu poderia escrever um livro...
"Aquele a quem não lhe agrada o vinho, nem a mulher, nem o canto, será um néscio toda sua vida." [Lutero]
Será que pelo menos de música vc gosta?
e depois vem o filme ........sucesso de publico e critica porque fâ você já conquistou
Cômico se não fosse trágico.
E aonde estava Joey Potter nessa hora Dawson? kkk
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