COMO ESQUECER

Acabou de perder um amor? passe bem longe desse filme, se você já viu o "estado zumbi" de uma pessoa após o final de um relacionamento multiplique isso por 10 e você vai dar de cara com a Ana Paula Arósio. Sim, é um temático brasileiro, para meninas. Gays e lésbicas se amando numa boa. O filme estreou nos cinemas, em poucas salas, sem fazer muito barulho, precisa apenas ser descoberto por pessoas mais atentas. E ele não faz o tipo "mamãe olha para mim sou um filme gay brasileiro", é como se "filme gay nacional" fosse a coisa mais natural de se ver hoje em dia nos cinemas, ou seja, não é um filme ambicioso, não é um filme que quer bancar o polêmico e fazer barulho na mídia, é apenas um drama comum, com homossexuais.

QUEM TEM MEDO DE VIRGINIA WOOLF?

Júlia (Ana Paula Arósio) é uma professora de literatura inglesa que acabou de terminar um relacionamento de dez anos com sua companheira Antonia. Ainda morando no apartamento onde ambas viveram juntas, ela está num estado lastimável. É o estado zumbi, mais morta do que viva, vendo bobagens na tv, comendo porcarias e chorando de vez em quando, tudo ao seu redor a faz se lembrar de Antonia e ela nem se concentra mais no trabalho. Aí seu amigo Hugo (Murilo Rosa) a convence a se mudar , a morar com ele. Hugo está sozinho há 1 ano desde que seu companheiro morreu e na maior parte do tempo parece ter superado a perda, parece. Na última hora ele conta a Júlia que uma mocinha irá morar com eles, a menina também está com problemas, abandonada pelo namorado após ficar grávida. Não é o trio mais feliz do mundo. Ana Paula Arósio está ótima nesse filme (apesar das cenas de nudez, bem, é um filme para lésbicas), sua personagem prefere sofrer em paz recusando qualquer ajuda externa. Achei muito legal o fato de Antonia nunca aparecer nos flashbacks de Júlia, você não precisa saber nada sobre ela mesmo, Júlia é o foco central. O filme peca nas narrações em off de Júlia, seu silêncio durante o filme já seria o suficiente para se entender a trama e a personagem. Repare na sutil propaganda do "banco do Brasil" no filme, típico de filmes nacionais, mas tem um gostinho de cinema europeu no ar.