Eu achei isso muito estranho, nenhuma indicação ao Oscar? Tudo bem, a lista dos indicados deste ano é muito esquisita e tal, mas esse filme era um dos favoritos, e passou batido até pelo Globo de ouro. Ao mesmo tempo, o filme não agradou a todos. Eu tinha que ver A VIAGEM, eu precisava saber "o que é isso vezes aquilo?". Bem, é um filme bem pretensioso, mas... está todo desequilibrado. Vamos começar pelo trailer. A VIAGEM não é um filme sobre vidas passadas barra reencarnação, como o trailer parece sugerir. E nem sequer é romântico. Vários atores vivem vários personagens, e são todos diferentes entre si. O filme conta seis histórias, existem conexões entre elas, mas duas delas estão isoladas (ou, o bonitão David Gyasi é a Halle Berry no corpo de um homem). Jim Sturgess vive sete personagens, Tom Hanks e Halle Berry seis, logo, há muita maquiagem, e na maior parte do tempo, é uma maquiagem grotesca. É um filme diferente, mas não é um "diferente ruim". Também não é um "diferente bom", por conta da apresentação. Ele tenta.
UM TODDYNHO MUITO SUSPEITO
Estamos no século 19, Jim Sturgess está voltando para casa, um escravo se torna seu melhor amigo no navio. Estamos no início do século 20, um compositor homossexual tenta criar a mais bela música que o mundo já ouviu. Estamos na década de 1970, a jornalista Halle Berry descobre que Hugh Grant é um homem muito mau, ela se meteu com gente da pesada e pode ser morta antes de divulgar sua história. Estamos em 2012, um editor é colocado por seu irmão numa casa de repouso para idosos, onde trabalha uma sádica enfermeira (Hugo Weaving), ele e outros idosos planejam uma fuga ousada. Estamos no futuro, em Seul, uma simples garçonete pode ser a chave para uma revolução. Estamos num futuro mais distante ainda, pós apocalipse, os humanos estão abandonando a Terra por algum motivo.
Certo, vemos tudo isso no filme ao mesmo tempo. Alguns cortes são longos, outros duram poucos segundos, mas ainda assim, em determinados momentos, o filme parece se esquecer de uma ou de outra história, essa montagem não funciona, as histórias nunca estão em sincronia (clímax, desfecho, pausa dramática...). Fora isso, elas não combinam. Tem sci-fi e tem comédia, tem drama e tem "a princesa Xuxa e os trapalhões" (é sério). A trama dos velhinhos e a trama em Seul dariam ótimos filmes, o restante é quase descartável. Se fosse uma mini série, eu compraria o dvd, mas como filme, o ritmo não está legal. Ou o gênero, o filme passa do light para o chocante sem aviso. Perdeu uma pipoquinha por causa da cena do cachorrinho, que maldade.
VEJA TAMBÉM: Angels in America, A árvore da vida, O quinto elemento, Amistad, Memórias de um espião, Gattaca, Eclipse de uma paixão, Um estranho no ninho, Mad Max além da cúpula do trovão, Não estou lá, Poucas cinzas.
8 comentários:
FICHA TÉCNICA
TITULO ORIGINAL: cloud atlas
ANO: 2012
PAÍSES: alemanha,eua,Hong Kong e Singapura
DURAÇÃO: 172 min
DIRETORES: Tom Tykwer (corra Lola, corra), Andy e Lana Wachowski (trilogia matrix)
ELENCO: Tom Hanks, Halle Berry, Jim Broadbent, Hugo Weaving, Jim Sturgess, Doona Bae, Ben Whishaw, Keith David, James D'Arcy, Susan Sarandon e Hugh Grant
DATA DE ESTREIA NO BRASIL: 11 de janeiro de 2013
To apaixonado pelo James D'Arcy, ele esta lindo sentado na cama olhando o amante ir embora pela janela, lindo lindo,
Carlos Rafael
Talvez a sincronia das estórias nao seja das melhores, mas pra mim mostra como cada uma em si é individual e mesmo assim no contexto têm um ótimo efeito, pois se percebe cada parte do quebra-cabeca que elas formam. A maquiagem ficou em alguns casos tosca, mas imagina se a Nathalie Portmann tivesse tido tempo pra rodar o filme e ficasse todo o tempo de olhinhos puxados como Sumi...
Eu adorei o filme!
Desculpa, mas só posso concluir que vc não entendeu nada do filme, ou viu um filme diferente. Como assim não tem nada a ver com reencarnação? Tem TUDO a ver! E todas as histórias se conectam de uma certa forma!
Eu achei o filme maravilhoso!
oi luiz
a única coisa que certos personagens tem em comum é a aparencia fisica, e isso porque são interpretados pelos mesmos atores, acho que isso não se encaixa no conceito.
Mas tá no contexto, Alessandro. Em uma cena nos anos 70, numa loja de discos, a personagem da Halle diz que sente que já ouviu aquela música, a mesma que o cara dos anos 30 criou, que é a mesma pessoa que atende ela na loja, e diz a mesma coisa sobre a música.
No começo do filme o personagem do Tom Hanks no futuro, já velhinho, diz "contarei a história, desde a PRIMEIRA VEZ que nos conhecemos".
E essa frase é repetida algumas vezes: "Nossas vidas não nos pertencem. Do útero ao túmulo estamos ligados aos outros. Passado e presente. E por cada crime e bondade renasce o nosso futuro."
sim, esse é um dos problemas,
quando não é o mesmo ator, a gente tem que adivinhar em que corpo está a "alma" do personagem (não vi a Halle Berry em 2012... só o Tom Hanks), cara, seria legal esquecer que vi esse filme.
Não viu ela em 2012 pq provavelmente a encarnação dela dos anos 70 ainda estava viva, então não tinha pq mostrá-la nessa época.
Mas enfim, pelo que andei lendo sobre o filme, é do tipo ame ou odeie mesmo.
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