A ideia de Quentin Tarantino e de Robert Rodriguez não era ruim, fazer um filme de sessão dupla como aqueles de drive-in dos anos 1950. Assim nasceu GRINDHOUSE, trazendo dois filmes juntos: "planeta terror" e "à prova de morte", mas a sessão ficou tão longa e desagradou tanta gente que o filme foi dividido em dois. Após o relativo fracasso de "planeta terror" "à prova de morte" chega ao Brasil com três anos de atraso. O filme tem aqueles famosos diálogos estilo Tarantino mas não são nada filosóficos ou existencialistas, apenas mulheres conversando, pondo as fofocas em dia e Quentin leva sua podolatria aos céus desta vez. Depois daquele drink em perna de mulher em "um drink no inferno", depois daquele papo de pés na conversa do elevador em "pulp fiction", depois do dedinho da Uma Thurman se mexer em "kill Bill", os pés femininos dominam esse filme completamente, eles estão em toda parte, puro fetiche do diretor que até aparece numa ponta. Mas antes, esteja avisado, como em "planeta terror" o filme recebeu efeitos para se parecer com uma cópia barata, tem cortes bruscos de cenas e de tomadas, a cor vai embora deixando o filme em p&b e há muita sujeira na tela, tudo proposital, não vá reclamar com o gerente do cinema hein?
QUANTAS VEZES EU TENHO QUE LHE DIZER PARA NÃO COLOCAR SEU BRAÇO PARA FORA DA JANELA DO CARRO?
Filme com cara de Tarantino? digamos, 20% dele é assim. O restante não vai a lugar algum. O filme começa em marcha lenta enquanto conhecemos quatro mulheres que estão se divertindo na noite, e elas conhecem o personagem de Kurt Russell e mais nada acontece por um loooongo tempo, até que Kurt finalmente mostra que tipo de homem ele é. Aí o filme ganha alguma ação e uma cena de morte animal e chocante. Depois avançamos para 14 meses no futuro e o elenco do filme agora é outro, parece até um novo filme, ou uma segunda versão da primeira parte. É no final que a coisa fica legal, antes disso pouco se salva pois há muita coisa desnecessária à trama sendo mostrada, afetando a velocidade do filme. Tem cheirinho de cult mas precisa passar por uma edição melhor para ficar mais atraente e acompanhável, originalmente tinha 87 minutos e agora tem quase duas horas. Se você puser as mãos na versão curta em dvd vai curtir o filme a beça, se vai ver a versão estendida que está nos cinemas prepare-se, leve uma almofada talvez. 114 minutos pode não ser muita coisa mas o filme lhe passa uma sensação de 3 horas por conta das cenas "não ajudo a trama a avançar". Vale a pena pelas cenas de perseguição na estrada e pelos minutos finais, mas mesmo com tanto lenga lenga o filme deixou uma ponta solta. Ver é legal, rever nem tanto, é para meninos na puberdade.
2 comentários:
FICHA TÉCNICA
TITULO ORIGINAL: death proof
ANO: 2007
PAÍS: eua
DURAÇÃO: 114 min, 87 min (versão grindhouse)
DIRETOR: Quentin Tarantino (você sabe quem ele é)
ELENCO: Kurt Russell, Rosario Dwason e mais sete fulanas
DATA DE ESTREIA NO BRASIL: 16 de julho
Eu adorei o Planeta Terror, mas o À prova de morte fica muuuuito tempo enrolando a gente, com aquelas mulheres no bar. De qqer forma, qdo Rosario Dawson aparece o filme vale todo a pena. Muito bom
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