FÚRIA DE TITÃS

Que saudade do tempo em que os deuses do Olimpo usavam togas brancas e braceletes dourados, pelo menos em Hollywood. Agora o diretor Leterrier levou sua paixão pelos cavaleiros do zodíaco até as últimas consequências nesse filme, tudo bem ele é fã do desenho mas ver Zeus e os demais deuses usando armaduras prateadas como se fossem réplicas dos cavaleiros de Atena foi de doer. Sim os deuses são o fraco do filme, juntamente com o roteiro meio infantil e previsível. A história é tão diferente da produção de 1981 que não dá para chamar o filme de remake. Todos os personagens estão lá mas estão fazendo outras coisas e há gente nova também. Em determinado momento Sam Worthington pega nas mãos a coruja mecânica que foi a companheira de Perseu no "Fúria" original e pergunta "o que é isso?", foi bem engraçado. Mas embora seja fã do filme de 1981 devo dizer que sempre odiei aquela coruja mecânica, agradeço à nova versão por tirar o bicho do filme. Masssss eis que entra a mulher carneiro Io, uma das paixões proibidas de Zeus. Nesse filme ela e Zeus não são íntimos, e ela está na forma humana. Foi colocada aí para ser a companheira de Perseu no filme, aumentar o minúsculo elenco feminino e levantar a saia na hora de entrar numa briga. Cada vez que abre a boca o filme ganha um clima bem canastrão.

AS IRMÃS CINZENTAS, CABEÇAS DE CUPIM.

Fugindo o máximo que pode do filme original desta vez vemos Perseu indo atrás da Medusa para lhe cortar a cabeça e petrificar o Kraken com ela, certo, até aí é o mesmo filme. Mas esse Perseu odeia os deuses e não quer saber de presentes que lhe são oferecidos, como o cavalo Pégaso (esse filme tem os cavalos alados mais lindos do cinema). Perseu quer se vingar de Hades e Hades quer dominar o Olimpo, a pobre princesa Andrômeda ficou com uma ponta no filme. A trilha rock and roll nas cenas de ação não tem nada a ver com o filme, é uma prova de que ele foi feito para conquistar os mais jovens. É uma verdadeira salada grega como "Tróia" e "Hércules (Disney)", mas não é tão mal feito quanto Percy Jackson (o filme, não o livro, o livro é legal), tem um final às pressas, até a batalha contra o Kraken é curta, e a cena final mostra que o filme não sabe como deve ser encerrado. Visualmente é de encher os olhos, lindão, (vale também pela Medusa chupada do filme de 1981) mas foi escrito para meninos de 14 anos.