Até parece que essa situação estava implorando para acontecer. Bem, ela aconteceu, mas sem nenhuma lição de moral, porque acabou envolvendo outra pessoa, uma faxineira substituta, e... acho que ela não volta mais aqui.
Amanheceu. E a gente começou a se movimentar na cama. Isso desperta também os cachorros. Um de nós se levanta e abre a porta da frente, os dogos saem pro quintal e você volta pra cama. Mas aí ouvimos o portão automático sendo aberto, minha mãe estava recebendo outra faxineira, uma senhora pequena que deve ter amamentado algum barão do café.
Se a velhota entrar no nosso quintal, os dogos vão latir, o coração dela aguenta? Fechei apenas a porta do quarto quando ouvi minha mãe dizendo para a mulher pegar o nosso cesto de roupas na entrada da casa. Os filhotes já haviam esvaziado a bexiga e eles voltaram para o quarto, então tá tudo bem.
Mas, antes de me enfiar embaixo dos lençóis com o Anselmo, para uma sessão de séquiço num volume moderado, eu dei pela falta do Max no quarto. O cachorro estava embaixo de seu cobertor (ele, o Fox e a Nina, sabem se cobrir sozinhos, o Duke não), e pra mim, no escuro, a cama parecia estar vazia.
Então pulei da minha cama e fui chamar o Max para dentro antes que a faxineira entrasse no quintal. Bom, a velhinha já estava dentro da casa e fechou a porta por acidente quando puxou o cesto. Ela me pegou peladinho no meio da sala. Cobri as partes íntimas com as mãos e esperei.
Um pequeno buraco negro surgiu no meio da casa e ele fazia o tempo andar beeeeem devagar. O contato visual pareceu durar uma eternidade. Eu estava parado ali, a mulher tinha pressa para sair, mas girava a maçaneta de um lado para o outro estupidamente. Até que ela conseguiu abrir a porta, pediu desculpas e desapareceu. Voltei pro quarto e me lembrei do Max, com uma segunda olhada vi o rabinho dele na cama. Soltei uma lufada de ar e me deitei.
Na cama, eu apertava os olhos e ainda conseguia ver o rosto da babá do Getúlio Vargas, não estava mais no clima para o séquiço matinal. Para poder sair de casa, tive que descobrir antes onde a mulher estava, eu não queria passar perto dela.
E fica aqui um olá para todas as mulheres que já me viram nu. A mãe do Rogério em Fortaleza, que não sabe bater na porta. A mãe do Anselmo em São Luís, que sempre mete a cara no corredor quando ouve a porta do banheiro sendo aberta. A mãe do Kleber em 2002, outra que nunca bate na porta. E a enfermeira que aplicou uma injeção no meu bumbum em 2006, odeio ela.
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