YVES SAINT LAURENT

Não é fácil encontrar esse filme por aí. É um filme francês e tem temática homossexual, ou seja, não vai estar em cartaz em muitas salas brasileiras. Na minha cidade ele não estreou (tenho certeza disso, nem preciso olhar no  jornal), filmes gays não pisam na minha cidade, o povo persegue com tochas e forquilhas qualquer um que entrar na fila pra comprar um ingresso. E agora uma bronca, esse pessoal do Reserva Cultural (avenida paulista) é doido. O ingresso é caro demais, quase o dobro de um cinema de shopping. Me pegaram desprevenido e voltei pra casa com 40 centavos (estaria ferrado se pintasse alguma emergência). Também fui idiota de comprar o ingresso. Não havia nenhum funcionário no pedaço, ninguém para pegar o meu bilhete na porta da sala, eu poderia ter entrado no corredor, sem passar pela bilheteria, e aí tá-dá, filme de graça. Nem cheguei a tirar o ingresso do bolso. Eles abusam de mim, qualquer dia eu vou abusar deles.

 - Miranda Priestly não manda em mim

O filme conta a história do famoso estilista Yves Saint Laurent. Em 1957, aos 17 anos, ele já trabalhava em Paris, desenhando vestidos para Christian Dior. Nesse mesmo ano, Christian Dior morreu e Yves se tornou o responsável pelo departamento de criação. Não demora muito e o rapaz lança sua própria grife com a ajuda do companheiro Pierre. O relacionamento dos dois é metido a moderninho, e acaba passando por altos e baixos, por conta da promiscuidade de ambos. Fica ainda mais complicado quando Yves se envolve com drogas. O filme começa em 1957 e vai até os dias atuais, então, ele tem muita história para contar, mas, ele não faz isso de um modo muito eficaz. Os diálogos são bastante vagos, não ajudam a contar a história e a gente não sabe o que está passando pela cabeça dos personagens. Certo, isso é normal no cinema francês, já vi isso inúmeras vezes, mas este filme exagera na dose, comprometendo o ritmo da trama. Roteiro fraco, direção ruim. Como filme biográfico ele deixa a desejar.

VEJA TAMBÉM: Milk a voz da igualdade, J Edgar, Poucas cinzas, Coco antes de Chanel.