JUAN DOS MORTOS

Esse filme cubano parecia ser uma boa ideia, um "todo mundo quase morto" latino. Ele não é exatamente um filme amador, tem cheiro de amador, mas capricha na maquiagem, há muitos figurantes em cena e locações que foram estrategicamente esvaziadas para criar um clima de "fim do mundo", no estilo "the walking dead". Mas peca no elenco, a trama tem alguns furos e, o pior, ele tenta copiar alguns clichês norte americanos, e se dá mal. Tirando a trilha musical (que não combina com o filme), a nudez e a violência, lembra um pouco, no quesito comédia, um filme dos Trapalhões dos anos 1980. Mas como filme de zumbi, ele faz um trabalho legal, na maquiagem e nas mortes. Como comédia também não é tão ruim. Só a trama que atrapalha um pouco.

TODO MUNDO NU EM PÂNICO

Juan leva uma vida bem pacata. Não faz quase nada, pesca com os amigos, faz sexo com a vizinha casada e tenta se aproximar mais de sua filha adolescente, que pretende ir embora pra Miami, para morar com a mãe. De repente, pinta um zumbi. Juan e seus amigos não entendem o que está acontecendo e o caso logo é esquecido. Aí pinta outro zumbi. E eles começam a pensar em vampiros (cena legal). A epidemia surge sem aviso, o filme deixa de explicar algumas coisas. Na tv, um tele jornal diz que o povo cubano está protestando contra o governo (e os Estados Unidos tem alguma culpa nessa história também), não fica claro se estão abafando a epidemia zumbi ou se acreditam mesmo nessa história de protestos (vixi, será que o Brasil acabou de passar por uma epidemia de zumbis e eu não fiquei sabendo? Eu deveria ter ido para as ruas, queria saquear um presente pra minha mãe...). A-ham. Para Juan, a epidemia veio numa boa hora, ele descobriu que é um ótimo matador de zumbis. Ao lado de seus amigos malucos (entre eles, um fortão que não pode ver sangue e um travesti) Juan monta um negócio por telefone. Problemas com zumbis? Juan de los muertos mata seus entes queridos. Pena que o filme não consegue manter essa ideia por muito tempo. A gente acaba ficando na dúvida, "era para rir nessa cena ou não?", e coisas desse tipo. O filme acaba sendo amador na direção e no roteiro (podemos culpar o mesmo cara por isso).

VEJA TAMBÉM: Todo mundo quase morto, Zumbilândia, Madrugada dos mortos.