GAHHH, aquilo era a fila do cinema? Não dava nem pra dizer onde ela tinha inicio e onde estava seu final. Era apenas uma multidão espremida no corredor do lado de fora do cinema, que avançava até o McDonalds na praça de alimentação e voltava num ângulo maluco até o hall do cinema e sei lá, era muito confuso. O filme era um sucesso, a cidade toda estava lá? Com isso eu não contava. Levamos um bom tempo para encontrar o final da fila e, no fim das contas, era a fila errada. A gente devia entrar na fila 1, comprar os ingressos, e depois procurar pelo final da fila 2, e entrar na sala. Certa vez o R1 fez um
num cara por dinheiro, dentro de um dark room, para poder pagar sua comanda, faltavam dez reais e ele estava duro. Então, para conseguir furar a fila, ele procurou com o olhar algum cara, vamos dizer, de mente aberta, para começar uma bela amizade. Olha, a gente nunca diz isso na cara dos amigos mas, o R1 era feio até o absurdo, e muitos caras feios são bem abusados, acham que podem conquistar qualquer um em qualquer lugar. Ele também procurou por algum conhecido e nada. Mas ele não ia ficar naquela fila de jeito nenhum.
Ele era um tipo de assistente de um certo político sem noção. E resolveu ir até a bilheteria para dizer que "o secretário do senhor fulano de tal não deveria ficar na fila" e que aquilo era um absurdo, ele exigia passar na frente. Sem sucesso, a moça na bilheteria nem sequer conhecia o tal do Zé político.
Abre aspas. Ele nunca vai admitir isso na frente de ninguém, mas o R1 era na verdade um tipo "secretária cafézinho", fecha aspas.
Quando a sessão teve inicio, a fila começou a andar bem rápido, iupi. Mas, faltando poucas pessoas na nossa frente, as portas foram fechadas, lotação máxima. A gente tinha que esperar outras duas horas na fila pela próxima sessão.
num cara por dinheiro, dentro de um dark room, para poder pagar sua comanda, faltavam dez reais e ele estava duro. Então, para conseguir furar a fila, ele procurou com o olhar algum cara, vamos dizer, de mente aberta, para começar uma bela amizade. Olha, a gente nunca diz isso na cara dos amigos mas, o R1 era feio até o absurdo, e muitos caras feios são bem abusados, acham que podem conquistar qualquer um em qualquer lugar. Ele também procurou por algum conhecido e nada. Mas ele não ia ficar naquela fila de jeito nenhum.
Ele era um tipo de assistente de um certo político sem noção. E resolveu ir até a bilheteria para dizer que "o secretário do senhor fulano de tal não deveria ficar na fila" e que aquilo era um absurdo, ele exigia passar na frente. Sem sucesso, a moça na bilheteria nem sequer conhecia o tal do Zé político.
Abre aspas. Ele nunca vai admitir isso na frente de ninguém, mas o R1 era na verdade um tipo "secretária cafézinho", fecha aspas.
Quando a sessão teve inicio, a fila começou a andar bem rápido, iupi. Mas, faltando poucas pessoas na nossa frente, as portas foram fechadas, lotação máxima. A gente tinha que esperar outras duas horas na fila pela próxima sessão.
Era verdade, olhei no bolso e vi que haviam nos vendido ingressos para a sessão seguinte quando os da sessão anterior se esgotaram. Quer dizer, a gente não podia nem sequer ir embora dali. Para reclamar na bilheteria era necessário entrar na outra fila, que já estava bem longa, novamente. O R1 xingava, rosnava e resmungava. Mandei ele dar uma volta pelo xópim e me deixar em paz.
Duas horas depois, entramos na sala. O R1 começou a torcer seu pescoço para todo lado, procurando algum homocara interessante. Raramente olhava para a tela, estava achando o filme muito chato, resolveu puxar conversa comigo. Cara, pensei, eu devia ter ficado lá no apê do R3 e
com ele afinal, não dá mais para aguentar o R1. Cinema com ele, nunca mais na vida. Aí chegamos no momento "caiu a ficha do Bruce Willis" e todos no cinema ficaram espantados. O R1 se virou para mim e perguntou: o que aconteceu? o que foi?
- O Bruce Willis está morto, eu disse.
- Desde quando?
- Desde o começo do filme, mais ou menos.
R1 detestou o filme, ficou muito nervoso, e a culpa era toda minha por tê-lo convidado. No carro, voltando para casa, expliquei o filme todo pra ele. Aí ele decidiu que gostou do filme e disse: vamos ver de novo amanhã, vou prestar atenção desta vez.
- O Bruce Willis está morto, eu disse.
- Desde quando?
- Desde o começo do filme, mais ou menos.
R1 detestou o filme, ficou muito nervoso, e a culpa era toda minha por tê-lo convidado. No carro, voltando para casa, expliquei o filme todo pra ele. Aí ele decidiu que gostou do filme e disse: vamos ver de novo amanhã, vou prestar atenção desta vez.
Nada disso, eu fiz uma promessa para mim mesmo, nada mais de cinema com o R1, aquela foi a última gota (ele também arruinou "a ameaça fantasma" e muitos outros filmes naquele mesmo ano). Claro, eu disse, tudo bem, amanhã, certo.
No dia seguinte, domingo, avisei minha mãe: se alguém ligar pra mim, não estou em casa. E ele ligou, três vezes pela manhã. Depois apareceu na minha casa, no meio da tarde, e tocou a campainha. Diz que eu não estou, diz que eu não estou.
No dia seguinte, domingo, avisei minha mãe: se alguém ligar pra mim, não estou em casa. E ele ligou, três vezes pela manhã. Depois apareceu na minha casa, no meio da tarde, e tocou a campainha. Diz que eu não estou, diz que eu não estou.
3 comentários:
No ano seguinte, entrei no cinema para ver "missão impossível 2" e ele estava lá.
Oi! sozinho? eu também! vou sentar ao seu lado...
Vc tem toda razão qdo diz:
"...e muitos caras feios são bem abusados, acham que podem conquistar qualquer um em qualquer lugar..."
Será ke é algo patologico ou eu to muito errado???
Ps: eu nao sou feio, sou o outro lado da moeda.
E ele foi uma missão impossível di novo?
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