Criar novos filmes baseados na obra de JRR Tolkien é complicado. Existem muitas histórias que dariam ótimos filmes, mas nada de Frodo ou Gandalf, nada de Aragorn ou Gollum, suas histórias já foram contadas na telona. Para chamar a atenção dos não-leitores os filmes deveriam trazer um aviso no poster e no trailer, algo do tipo "do mesmo universo de 'o senhor dos anéis'''. E assim as pessoas conheceriam obras como O SILMARILLION.
Em comparação com a trilogia do Anel, esse livro tem um ritmo extremamente acelerado, está sempre acontecendo alguma coisa importante. O livro começa com a criação do universo. Eru (Ilúvatar) era o único ser que existia no vazio, o deus supremo desta mitologia, e aí ele criou os Ainur (Vala). A partir da música criada pelos Ainur, ele criou a Terra. Os Ainur passaram a habitar esse mundo, um deles, o malvado Melkor, queria ser o dono do pedaço.
Mas Eru criou o mundo para ser habitado pelos elfos e depois pelos homens. O livro mostra a criação de tudo, dos oceanos aos animais, dos elfos aos homens e anões. Das torres que iluminavam o mundo, que deram origem às árvores que iluminavam o mundo, e que por fim deram origem ao Sol e à Lua. As guerras contra Melkor e as guerras entre elfos, e entre elfos e anões.
Uma vez que a Terra-média é o passado remoto do nosso mundo, Tolkien tenta fazer uma conexão entre as duas realidades. A história de Númenor deu origem ao mito de Atlântida e ao êxodo da bíblia. Referências a outras mitologias, gregas ou nórdicas, estão por toda parte.
O livro passa pela derrota de Melkor, pelo triunfo de seu pupilo Sauron, pela guerra do Anel e encerra rapidamente fazendo um resumo da trilogia do Anel. Nomes conhecidos? Pouca coisa. Apenas alguns elfos imortais como Elrond e Galadriel.
Mas o livro tem histórias incríveis. O destino da ilha de Númenor. A tragédia do casal Beren e Lúthien. E a saga de Túrin, o cara mais azarado que já pisou na Terra-média. Ou seja, o livro mostra por que o mundo do ''Senhor dos anéis'' é como é, da criação do primeiro dragão ao destino dos anéis de poder. Algumas partes do Silmarillion podem ser vistas na trilogia do Hobbit, e isso é legal, mas o cinema até agora só arranhou a superfície do mundo criado por JRR Tolkien.