Quando o remake foi prometido para 2010, eu nĂŁo pensei muito no assunto apesar de ser um grande fĂŁ do filme de 1987. Acho que nunca passou pela minha cabeça que alguĂ©m fosse mexer no ''uniforme'' do cara, eu deveria ter previsto que isso iria acontecer. Mas o ROBOCOP estĂĄ muito alĂ©m de sua armadura, eu poderia aceitar isso numa boa, porĂ©m, esse remake ... sabe como Ă© ... em alguns momentos o filme Ă© um ROBOCOP apenas no tĂtulo. Existem algumas mudanças na trama, eu jĂĄ esperava por isso, mas eles cortaram fora vĂĄrias coisas que fazem do Robocop um Robocop. O remake nĂŁo tem o mesmo charme do filme original, Ă© apenas um produto saindo de uma linha de montagem. Ă possĂvel engolir o visual, mas a nova versĂŁo da trama deixa de lado os dramas e as polĂȘmicas. Sem sal e sem açĂșcar, vemos algumas coisas sempre em pequenas dosagens. Hey, Ă© classificação 14 anos.
DIRETRIZ 1 - SEJA POLITICAMENTE CORRETO
O filme se passa em 2028. A OCP estå tentando criar uma elite de policiais artificiais do tipo ''exterminador do futuro'', e tem alguns ED209 no filme também (feios, sem personalidade e quase sem espaço na trama). Mas o povo não confia muito nas måquinas. Michael Keaton tem a ideia e Gary Oldman vai atrås dela: incorporar homens e måquinas. O policial Alex Murphy (Joel Kinnaman estudou interpretação na mesma escola que Kristen Stewart) sofre um atentado e quase morre. Sua esposa permite que a OCP faça algumas alteraçÔes no marido. Depois de 3 meses, o cara perdeu boa parte do corpo, eles não aproveitaram nada, ele é apenas uma cabeça, um coração, um par de pulmÔes e uma mão (cena chocante). Ele desperta e quase pira por conta disso. Não hå perda de memória, sua esposa sabe de tudo e ele sabe quem ele é (lå se foi a graça do filme original). Durante boa parte do filme, vemos o cara em treinamento, depois ele é reprogramado (agora temos 5% do filme de 1987) e, faltando poucos minutos pro final, ele vai atrås de vingança. Ou seja, o filme enrola demais e depois tem que correr no final. O traje é cinza, mas depois muda para preto e fica colado demais no corpo (a ilusão do homem-måquina não existe mais) e os efeitos sonoros não ajudam, sons de passos pesados e de articulaçÔes não combinam com o que vemos na tela.
Uma coisa que incomoda bastante Ă© o fato do filme gastar longos minutos mostrando a turma da OCP, ''o que faremos com o Robocop?'', ''vamos mudar isso e isso e aquilo'', o pessoal estĂĄ sempre discutindo o uso e o destino do personagem, que deixa de aparecer na tela por um tempĂŁo. Ă um filme do Robocop? Ah tĂĄ, olha ele ali, sumiu por 20 minutos eu me esqueci.
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