JOHN CARTER - ENTRE DOIS MUNDOS

Tava complicado, só dava cópias dubladas. Aí encontrei uma, supostamente, legendada, em IMAX (iêi), mas em 3D (GRR), e quando cheguei lá, descobri que a cópia legendada seria exibida apenas no final da tarde. Ok, dublado, vamos lá, não vou deixar que a dublagem faça o filme parecer medíocre, vou me concentrar no visual. Então, a Disney gastou uma fortuna nesse filme e ele não tá dando retorno. JOHN CARTER ENTRE DOIS MUNDOS é um filme ruim? Não, não é não. Só não dá para se dizer qual é o seu público alvo. Tem violência moderada, mas tem um clima de nostalgia que só os mais velhos vão notar. O problema é mais embaixo. A serie de livros "a princesa de Marte" serviu de inspiração para muitos filmes desde 1917, "avatar" é um deles (com um pouco de Pocahontas), e Avatar é um filme bem recente, então é impossível não se lembrar do filme de James Cameron ao ver JOHN CARTER. Por esse ângulo, o filme da Disney é inocente. Mas muitos outros filmes e seriados de tv vem à nossa mente quando vemos John Carter, todos baseados em "a princesa de Marte". Para mim, foi um misto de DUNA e de STARGATE (repare nos figurinos), e como o filme não se dá ao trabalho de te passar uma introdução descente, pinta esse clima de "ficção anos 1980", com personagens digitais ao invés de bonecos da oficina de Jim Henson. Não sei se esse clima nostálgico é ou não é proposital.

NÃO É UM PLÁGIO, JOHN CARTER VEIO ANTES DE TODO MUNDO

Hoje sabemos que Marte é um planeta vazio, mas esse planeta ainda guardava muitos segredos quando "a princesa de Marte" foi escrito. Ao invés de fugir de Marte, como Spielberg fez no remake de "guerra dos mundos", esse filme nos mostra um planeta vermelho cheio de vida, enquanto isso, na Terra, estamos no século 19, e ninguém está enviando sondas para o espaço. Aí pinta aquela sensação chata, talvez o filme tenha um final feliz, mas a gente já sabe como tudo vai terminar no planeta vermelho, extinção total. John Carter está procurando por ouro no meio de uma guerra entre o homem branco e os índios locais. Um misterioso amuleto o leva até o planeta Marte e o filme finalmente decola. Inclusive o personagem principal. Uma vez que a gravidade de Marte é mais fraca que a da Terra, John pode dar saltos enormes com pouco esforço e ele também ganha super força (seus músculos estão acostumados com a gravidade da Terra, então é fácil levantar qualquer tipo de rocha em Marte). Sim senhor, tem sci fi cerebral nesse filme. John vai parar no meio de uma guerra entre duas raças humanóides. Enquanto uma princesa tenta salvar seu reino, John encontra os "índios" locais. E um grupo de seres imortais atua nos bastidores da guerra, guiando o rumo das civilizações. O filme é o maior espetáculo visual do ano (o 3D não faz muita diferença), tem muita história para contar e isso compromete seu ritmo, ele não tem o ritmo de um filme para o cinema. É cerebral demais para um blockbuster, mas capricha nas cenas de ação.

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