E NÃO HÁ NINGUÉM IGUAL A ELA

Nada de filme, nada de retorno, nada de nada, apenas um seriado de tv, com 65 episódios, que durou de 1985 a 1988. Ainda assim, JEM virou cult. Idolatrada até hoje, a moça é a própria cara dos anos 1980, que o diga seu cabelo e suas roupas. A serie foi feita nos moldes da recém criada MTV, tinha até "video clips" no meio dos episódios. Mas como seria um filme da Jem?

Jessica (Jerrica no original) herdou toda a fortuna da família após a morte de seu pai. Ela transformou sua mansão num orfanato (só para meninas) e assumiu a presidência da Starlight Music, uma famosa gravadora que está passando por alguns problemas. Após a morte do pai, Jessica descobre que o cara tinha uma vida secreta, ele era um inventor. Ela encontra um laboratório escondido no Drive-in da Starlight. Dentro de um imenso computador vive um avançado programa de inteligência artificial, uma mulher virtual chamada Energia.
Energia consegue gerar hologramas bem realistas. Jessica decide fazer uso dessa tecnologia para salvar a Starlight Music. Graças a um par de brincos, conectados ao programa, seu corpo é revestido por um holograma e ela se transforma numa outra mulher. Ao lado de suas amigas, Jessica cria uma nova banda: JEM E AS HOLOGRAMAS.
Mas elas não vão conseguir o contrato com a gravadora facilmente, já que um dos acionistas, Eric Raymond, não gosta de ter Jessica por perto. Um torneio entre bandas é criado. E se você era fã do desenho, sua banda favorita era outra...

AS DESAJUSTADAS eram as vilãs do seriado nas duas primeiras temporadas. Raymond era o empresário da banda e ele tinha 50% das ações da Starlight Music. Destruir o palco, os instrumentos e o quarto de hotel, era pouco para elas. Logo de cara, tentaram matar as adversárias provocando um acidente de carro.
Havia ainda um triângulo amoroso na serie. Rio era o namorado de Jessica mas, sempre que Jem aparecia na sua frente, ele ficava de quatro. Sem saber que Jessica e Jem eram a mesma pessoa, Rio se sentia dividido entre as duas.

O filme teria que ser, obrigatoriamente, ambientado nos anos 1980, uma vez que seu visual fazia parte de seu sucesso. E lançar discos era um negócio lucrativo (quando foi a última vez que você comprou um CD?). Mas será que o público ainda vai engolir esse lance de hologramas? Um holograma de verdade não é exatamente aquilo que a gente vê no desenho. Mas teria que ser obrigatório também, por conta do nome da banda.

Jessica mudava de visual, ganhava cabelo, roupas e maquiagem. Suas amigas também, mas elas não trocavam suas identidades. Então, será que esse negócio não poderia ser chamado de "trapaça"? Afinal, Jem nunca existiu... Alguém vai se lembrar do escândalo do Milli Vanilli? Isso é um caso de identidade falsa.
Não adianta mudar de roupa e usar uma mascara no estilo "Tom Cruise impossível 2", tem que ter hologramas no filme, em algum lugar (que tal efeitos especiais no palco durante o show?).
Várias canções seriam escritas para o filme, mas ele não seria um musical. Um pouco de "the runaways" com "quase famosos" e "the wonders" e a gente chega lá. Mas o filme tem que fugir da era do politicamente correto. Não pode ser um "Glee high school musical", nem que a vaca tussa.