Já falei várias vezes no blog, "o livro é melhor que o filme", mas sempre fiquei me devendo fazer uma lista diferente. Dei uma olhada rápida na minha estante e separei cinco livros bem chatinhos que ganharam versões legais na telona.
Escrito por J.G. Ballard, IMPÉRIO DO SOL é baseado na vida do cara, ele é o garotinho (Christian Bale no filme), mas a trama é narrada na terceira pessoa. O autor inaugurou um novo estilo de escrita, que recebeu seu nome, isso é algo digno de nota. Então, talvez, a tradução BR seja o motivo do livro ser tão chato, é meio confuso e vago demais nos detalhes, onde estão os personagens e o que está rolando lá no fundo? A gente fica perdido até o livro resolver descrever o cenário. O filme, por outro lado, é um dos melhores do Spielberg, e uma das maiores injustiças do Oscar.
Richard Matheson é quase um Stephen King, vários livros seus já foram adaptados para o cinema. Mas muitos de seus livros têm um final super irritante que se arrasta bastante. AMOR ALÉM DA VIDA é um deles. O personagem principal consegue resgatar a esposa, mas depois disso ... eles vão pra escola (!!??!!). Eles precisam aprender como reencarnar e aí a gente acompanha cada maldita aula, é um porre. O filme é bem mais enxuto, tocante, e é um espetáculo visual, ganhou um Oscar pelos efeitos (cara, imagina rever o filme agora, depois do suicídio do Robin Williams ...).
Escrito pelo francês Pierre Boulle, O PLANETA DOS MACACOS é uma comédia, quase um livro infantil, quase uma sátira social, onde os humanos são os pets dos macacos. Vemos dois macacos, num satélite em órbita, pegando essa "mensagem numa garrafa" (o próprio livro) que, supostamente, foi escrita por um humano. Para eles, aquilo é pura ficção, e é engraçado também. Humanos não falam, não sabem escrever, são animais. Já o filme, é um marco da ficção-científica. Aquele final dramático com a estátua da liberdade ... Boulle deve ter pirado com aquilo.
DRIVE é um filme que eu adoro. Poucos diálogos, um ritmo bem tranquilo, o sorrisinho do Ryan Gosling e uma trilha musical bem gostosa. O livro é meio bagunçado, cheio de coisas que não importam para a trama principal e a gente nem consegue sentir empatia pelo personagem. No meio do livro o autor até revela como e quando o "Motorista" vai morrer. Isso acabaria com aquele suspense que marca os últimos minutos do filme.
O livro de Michael Crichton (saudades) foi torcido e retorcido. Gerou um filme cheio de ação, com uma criança a menos no elenco (e alguns dinos também), e sem o blá-blá-blá interminável do dr Malcolm. No livro MUNDO PERDIDO JURASSIC PARK, Malcolm fica resmungando o tempo todo. Ele conta que descobriu como os dinossauros foram extintos, mas quando vai falar, é sempre interrompido, e segura o segredo (uma bobagem só) até o final do livro (até parece o Dan Brown). É um livro muito chato em comparação com o primeiro. E o filme fez jus ao título "Mundo perdido", como no livro "Mundo perdido" de Arthur Conan Doyle (que inspirou o filme King Kong), um dino é levado até o continente no final e espalha o maior caos por uma cidade.
Acrescento à tua lista Memórias de uma Gueixa, do Arthur Golden. O livro está longe de ser ruim, mas o filme é muito melhor. Nesse caso, ambos os suportes têm suas belezas narrativas, porém, o filme é mais legal no fim das contas, e por isso acaba dispensando a leitura do livro.
ResponderExcluirquem é esse cara na banheira?
ResponderExcluirTambém gostaria de saber 😚
ResponderExcluirFui levado ao Império do Sol pela autobio do Ballard, mas tive que me forçar umas três vezes até conseguir terminar. Só engatei quando "peguei" a ideia que é a visão "otimista", "aventureira" do garoto no meio de uma guerra. Mas também fiquei pensando que o problema pode ter sido a tradução.
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