AS CRÔNICAS DO LUBRIFICANTE: A MÃE, O CARRO E A PANELA

A gente já tinha a manhã de sábado toda planejada. Eu passo pela feira, encontro o Anselmo no super mercado, compramos um lub novo na farmácia e voltamos pra casa. Mas acontece que ontem minha mãe tinha outros planos, ela queria ir até a feira para levar uma panela numa barraca que conserta panelas. Descer a rua até lá, ela vai de boa. Subir, não. Com certeza, ela vai precisar de um resgate: eu e o Anselmo com o carro. Tive que bolar um novo plano às pressas. Não dá para ir na farmácia com a minha mãe.

Imaginando a cena:

EU - tenho que ir na farmácia.
ELA - vai comprar o quê?
EU - qualquer coisa, mas como voltar para o carro com "qualquer coisa'' na sacolinha?

E se ela perguntar pro Anselmo? Ele não costuma mentir pra ela.

ELE - o Alessandro foi comprar lubrificante íntimo.
ELA - ah, pra quê que ele precisa disso?

quer que eu desenhe?

Vamos fazer o seguinte, enquanto o Selmo estiver guardando as compras no carro, eu dou uma corrida até a farmácia. Certo, passei pela feira, minha mãe já estava lá sentada num banco esperando a carona. Fiz as compras, passei pela banca de jornais e pegay uma HQ. Entrei no super mercado, encontrei o Anselmo, adicionei mais umas coisinhas no carrinho e pegamos uma fila no caixa. A mulher na nossa frente estava pagando a compra com um cheque e isso deu algum tipo de problema, a gerente apareceu. E a minha mãe ainda esperando por nós... Temos que correr.

Deixei o Anselmo guardando as compras no carro e corri até a farmácia. Não posso deixar para depois, quero fazer sexo hoje, estamos na seca (literalmente). Demorei para encontrar o lub, por que não colocam ao lado das camisinhas? Quem organizou isso? Encontrei, pegay fila e pagay. Deixei a farmácia do mesmo modo que entrei, olhando para a rua da feira para ver se minha mãe estava vindo na nossa direção. Eu não queria ser visto. Entrei no carro - Onde vamos esconder isso? (já que a gente ia dar carona pra minha mãe em seguida). - Você pegou o lub errado, ele disse, esse é aquele que esquenta. Ah, maldito lub que esquenta, por que inventaram isso? Ele não esquenta, ele arde. Corri de volta para a farmácia.

Ignorei a senha, a fila, os idosos, pegay o lub convencional e fui até o balcão. Por alguma razão, esse lub é mais caro (grrr). Entrei no carro novamente e o Anselmo escondeu o lub num compartimento na porta. Deixamos o super mercado e demos uma volta inteira no quarteirão para pegar a minha mãe. Ela estava impaciente e achou que havia sido esquecida, ela deixou a feira e caminhou até o super mercado. A gente a viu na calçada, o Anselmo buzinou, ela não ouviu. Paramos no quarteirão seguinte dando uma volta por trás. O Selmo parou o carro e eu desci para ir ao encontro dela, procurei por ela na praça e não a encontrei (quando ela quer ser rápida, ela é rápida). Ela já havia atravessado a avenida e estava entrando no super mercado. Para a minha sorte, ela foi até o estacionamento, onde eu a alcancei.

Percebi que ela estava sem a panela. Ela fez algumas compras e a sacola ficou muito pesada, ela a deixou na banca da ''idosa que vende guardanapos e panos de chão no alto da feira''. Tudo bem (pffff), contei onde o Selmo deixou o carro, e fui até a feira buscar a sacola.

Quando voltei (tava pesada mesmo) o carro não estava lá. Grrr, o Anselmo é igualzinho a minha mãe, eles mudam o carro de lugar e aí eu sou forçado a adivinhar onde o carro foi parar. Ele estava estacionado num lugar proibido (até eu sei disso), o Selmo tava acenando de fora do carro. Tá todo mundo aqui? Vamos pra casa. Assim que chegamos (gastamos uma hora inteira nessa brincadeira), o Anselmo levou, discretamente, o lub até o nosso quarto. Olha ... acho que no fim das contas é uma boa ideia a gente começar a fazer um estoque dessa coisa ...