16.3.21

netflix - MANK (Oscar 2021)

O campeão no número de indicações deste ano, dez no total, incluindo melhor filme. Embora tenha passado batido pelo Globo de ouro, seis indicações e nenhuma vitória, é difícil acreditar que MANK (2020) pode sair do Oscar com as mãos abanando. David Fincher evoluiu bastante como diretor. Gary Oldman, uau, fica difícil torcer pelo Chadwick Boseman com Oldman no páreo, mas, caramba, Gary já tem um Oscar na estante. O filme é apresentado em preto, branco, e tem um azul fantasmagórico nos pontos luminosos, adorei o efeito. Outro efeito interessante é a clássica ''marca de cigarro'' que aparece no canto da tela indicando o final de um rolo de filme. É um detalhe inútil, o filme é digital, se trata apenas de uma brincadeira para deixar o filme com cara de filme antigo mesmo. Rapaz, tem cheiro de Oscar em todo canto, típico filme que a Academia adora.

A trama conta a história de Herman Mankiewicz, um roteirista de Hollywood. Após sofrer um acidente de carro, ele se isola num local sem distrações (bebida) para escrever o roteiro de ''Cidadão Kane'', a pedido do próprio Orson Welles. Ele faz isso sem sair da cama, Lily Collins é sua assistente, ela anota tudo para datilografar depois. O filme exibe flashbacks da vida de Mank desde os anos 1930. Sua chegada na MGM num momento em que o estúdio estava à beira da falência, a Grande Depressão de 1929 afastou as pessoas dos cinemas, sua amizade com a atriz Marion Davies (Amanda Seyfried, sua primeira indicação) e é época de eleição na Califórnia, estúdios e políticos trabalham juntos. O roteiro que Mank está escrevendo é inspirado em pessoas reais, gente importante, e isso vai lhe render muitos problemas. Só que a trama não vai atrás das polêmicas geradas pelo filme já finalizado, temos apenas a criação do roteiro e a vida íntima de Mank.

O pai de David Fincher, Frank, tinha planos para dirigir esse filme nos anos 1990 e ele queria o Kevin Spacey no papel principal. O projeto foi rejeitado pelo estúdio porque o diretor queria filmar em preto e branco. Frank Fincher acabou falecendo em 2003 e em 2020 seu filho conseguiu realizar esse antigo projeto do pai com a ajuda da Netflix.

 



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