DISNEY ANIMATION STUDIOS - A RENASCENÇA (1989-1999)

Chegamos na Renascença. O estúdio voltou a adaptar contos, não faziam isso desde 1959. Investiu em canções e trilhas que ganharam vários Oscars no decorrer desses dez anos. A animação voltou a ser caprichada, dividiu espaço com efeitos digitais e as bilheterias foram um assombro. Alguns desses filmes foram parar na Broadway.

A PEQUENA SEREIA (1989)

E, mais uma vez, o estúdio tava com pouca grana. Assim como Cinderela, Ariel também ajudou a salvar as finanças. A Disney não ganhava um Oscar desde 1971 e o plano original era lançar esse filme em 1943. O projeto foi engavetado por conta da Segunda Guerra Mundial. Foi o último filme do estúdio pintado a mão. Por insistência dos diretores, todas as bolhas do filme foram feitas a mão e não xerocadas. Pela primeira vez, uma animação foi indicada ao Globo de Ouro de melhor filme.

BERNARDO E BIANCA NA TERRA DOS CANGURUS (1990)

A primeira sequência da Disney. Bernardo e Bianca deveriam ter estrelado um seriado de tv nos anos 1980, mas escolheram o Tico e o Teco na última hora. Então, os camundongos ganharam um segundo filme. Foi o primeiro filme da história a ser pintado e montado em computadores. Eva Gabor e Bob Newhart fizeram as vozes dos protagonistas mais uma vez. Como Jim Jordan (a voz de Abílio) faleceu em 1988, o albatroz não aparece nessa sequência. Uma parte 3 foi prometida para 1996, mas foi cancelada após a morte de Eva Gabor em 1995.

 

DUCKTALES, O FILME: O TESOURO DA LÂMPADA PERDIDA (1990)

O filme foi lançado nos cinemas mas ... não faz parte da lista oficial, e não é o único aqui. Ele foi produzido pela Television Animation, uma outra divisão do estúdio. Acontece que esse filme é tão legal que a gente tem que falar sobre ele. O seriado de tv tava em sua quarta e última temporada em 1990, chegou a ter 99 episódios. Não dá pra saber quem copiou quem na época, mas esse filme tem muitas semelhanças com a trama de ''Aladdin'' (que já estava em produção).

A BELA E A FERA (1991)

Deveria ter sido lançado nos anos 1930. Tiveram problemas com o roteiro e resolveram investir na Branca de Neve, que tinha uma história mais simples. Lançado no mesmo dia do filme ''Um conto americano 2'', a Disney humilhou a Universal nas bilheterias. Indicada para seis Oscars, foi a primeira animação a concorrer ao prêmio de melhor filme. Hoje, o povo só fala dos furos na trama. Eu nem ligo, tá no meu top 10.

ALADDIN (1992)

O primeiro longa animado a ultrapassar a marca dos 200 milhões nas bilheterias. O vhs também bateu um recorde, 11 milhões foram vendidos na semana do lançamento. Robin Williams improvisou muitas falas. Jasmine tinha bastante espaço no filme, nos primeiros esboços do roteiro, e uma canção só dela. Aladdin perdeu a mãe e dois amigos. O roteiro vivia passando por alterações. O filme veio com dois personagens digitais, o tigre da caverna dos tesouros e o tapete mágico.

O REI LEÃO (1994)

A animação mais lucrativa da história até a chegada de Toy Story 3 em 2010. Foi a maior bilheteria de 1994 (nos isteites perdeu para Forrest Gump). Produzido pelo ''time B'' do estúdio, o filme só deveria segurar as pontas até o lançamento de Pocahontas, produzido pelo ''time A''. Eles acreditavam que as pessoas agora só queriam ver filmes com humanos, não com bichinhos. O rei leão foi o terceiro filme do estúdio sem seres humanos na trama. Assim como ''A bela e a fera'', ele também levou o Globo de Ouro de melhor filme.

POCAHONTAS (1995)

Desde o começo da renascença, todos os longas da Disney faturaram dois Oscars: melhor canção e melhor trilha (além de terem outras canções do mesmo filme concorrendo na mesma categoria). Pocahontas foi o último filme a ganhar esses dois Oscars. Os filmes seguintes ganharam uma única indicação e apenas um levou uma estatueta. Muita gente reclamou desse filme, os norte americanos não gostaram das alterações feitas na história real. Para juntar Pocahontas e John Smith num romance açucarado, a Disney teve que envelhecer a personagem. Mas não se pode negar que a transformaram numa ótima heroína. O filme foi lançado no dia 23 de junho, no aniversário de 400 anos da verdadeira Pocahontas.

PATETA, O FILME (1995)

Outro longa animado que foi lançado nos cinemas e que não faz parte da lista oficial, porque veio da tv, assim como Ducktales. Mas é um filme divertido. Por conta do filho Max, o Pateta tá beeem humano nesse filme. A gente cresceu com as trapalhadas do personagem e aí chega esse filme, com alguns momentos tocantes, e a gente sente o coração do Pateta se partindo durante uma discussão com Max. Uau, o Pateta fazendo a gente chorar, momento histórico.

O CORCUNDA DE NOTRE DAME (1996)

Esse filme não é para crianças. O estúdio não aprendeu nada com o Caldeirão mágico? Produção impecável, eu amo a trilha e as canções, mas pra mim as gárgulas estão bem deslocadas, não tem muito espaço para comédia aqui. Esse é um daqueles filmes feitos para a tela grande, quanto maior melhor. É visualmente bonito.

HÉRCULES (1997)

Eu adoro mitologia grega, vi o filme sete vezes no cinema. Para dar certo, e não assustar os pequenos, muita coisa foi alterada na história de Hércules. Não temos adultério divino e ninguém vai matar a Meg. Muitos elementos da mitologia foram incorporados à trama, virou uma salada grega com um clima bem atual, de actions figures a cartões de crédito. As musas roubam a cena sempre que cantam, adoro as versões em português. Quebrando a tradição, temos um vilão que não canta no filme.

MULAN (1998)

Réxitégui salve o Mushu, eu gosto do filme do jeito que ele é (ok, a gente não precisa do grilo e do cachorro). Mulan é como Pocahontas e Mickey Mouse, uma linha fora do lugar e ela vira outra pessoa. Eu simplesmente amo os traços dessa animação. A dublagem em português ganhou um prêmio de melhor versão estrangeira. 

TARZAN (1999)

O último filme da renascença e o último Oscar desse período. Eu adoro a dubladora da Jane mas sempre vejo o filme em inglês por conta do Phil Collins, e para evitar o Eduardo Moscovis (um lixo). E esse negócio de contratar famosos que nunca fizeram dublagem vai se tornar algo bastante comum na próxima Era. Histórias pouco inspiradas, baixa bilheteria, poucas canções e a péssima dublagem brasileira, marcam a 2ª Era das trevas (ou, Pós Renascença, pra ser mais educado).

Continua.