Eu esperava por uma novelização. Por que não uma novelização? O livro traz o roteiro da peça, até aí tudo bem, mas ele pisa na bola em alguns momentos. O livro é (quase) só diálogos, ele não perde muito tempo descrevendo sequências sem diálogos. No começo de cada ato barra cena temos uma descrição do cenário (e de quem está dentro dele), mas, quando pinta uma sequência de ação, um duelo de varinhas por exemplo, o livro dá poucos detalhes (uma sequência, dentro do Ministério da Magia, me deixou confuso, o que diabos tá acontecendo nesse palco?).
O livro começa onde ''Relíquias da Morte'' parou. Estamos no distante ano de 2017. Potter, com 37 anos, está levando seu filho Alvo para a estação de trem. Será seu primeiro ano em Hogwarts. O fato de ter um pai famoso o incomoda demais. E aí, na escola, surpresa, o chapéu seletor coloca Alvo na Sonserina!
Alvo se torna amigo de Escórpio Malfoy, o filho de Draco. Escórpio é um garoto inteligente sem nenhum amigo no mundo. Corre um boato maldoso de que ele é filho de Voldemort, e essa história está destruindo sua família. O tempo passa e a relação de Harry com seu filho se torna cada vez mais tensa, são muitas brigas (até parece que, em algum momento, o Harry vai abrir a boca e dizer ''Você acha que pode fazer essas coisas, mas não pode, Nemo'', é meio irritante).
Alvo e Escórpio vão começar o quarto ano em Hogwarts, agora estamos em 2020. O garoto descobre que seu pai mentiu a respeito de um vira-tempo perdido e resolve fazer ''a coisa certa'', algo que seu pai não pôde fazer. Os meninos invadem o Ministério da Magia (adivinha quem é a ministra da magia) e roubam o vira-tempo. Eles vão voltar ao passado, para 1994, na época do último torneio Tri-Bruxo, para salvar a vida do vampiro do crepúsculo (você entendeu). Alterações no passado criam um presente diferente. E, cada vez que eles voltam no tempo, pra corrigir tudo, a coisa vai ficando pior. É viagem no tempo para iniciantes (ou crianças), digo, surgem alguns paradoxos temporais, mas o livro ignora todos eles.
Agora não é mais HP, é ''de volta para o futuro 2''. Enquanto os garotos se perdem nessas viagens temporais, o elenco adulto (Harry, Gina, Hermione, Rony e Draco) se depara com um mistério. A cicatriz de Harry volta a doer e Voldemort aparece em seus sonhos, o vilão do livro é uma surpresa. O clímax é calmo e desnecessariamente depressivo. Valeu a pena pela visita, rever os personagens e o mundo mágico foi legal.
FICHA TÉCNICA
TÍTULO ORIGINAL: Harry Potter and the cursed child
ANO: 2016
AUTORES: J.K. Rowling, John Tiffany e Jack Thorne
PÁGINAS: 344
EDITORA: rocco
Mas não tem como usar o vita-tempo pra voltar, ou ir pro futuro. Tem? Eu sempre achei que só dava pra ir pro passado e esperar o tempo seguir seu rumo
ResponderExcluirspoiler
ResponderExcluiro vira-tempo que os meninos usam é um protótipo, permite que eles fiquem no passado por cinco minutos e aí eles são sugados de volta ao presente. Com um vira-tempo comum você pode decidir quando voltar para o presente. Em "o prisioneiro de Azkaban" eles usaram o vira-tempo pra voltar algumas poucas horas apenas. Ainda assim, todos os vira-tempos foram destruídos após a batalha de Hogwarts pra evitar problemas como esse do novo livro.
Essa peça assim como esse livro em minha humilde opinião são completamente desnecessários, HP tem muitas histórias passadas que pode ser contada, mas não podemos dizer o mesmo do futuro.
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