9.5.16

CHP CULT


Anos 1990, cerimônia de formatura, o garoto pega o diploma e depois se vira para o público, com lágrimas nos olhos, e diz ''eu sou gay''. E aí todo mundo aplaude o rapaz. Ele desce do palanque e é abraçado pelos pais. 
Roteiro batido de um temático qualquer, feito por Hollywood ou por um estúdio independente. Sair do armário era um evento, era o clímax do filme. E, em certas produções, a palavra ''gay'', ou ''homossexual'', nem sequer era usada. A gente sabe qual  é o ''problema'' do garoto, não é necessário fazer uso de rótulos, isso pode assustar o público (estamos vendo um filme gay? Me deixa sair desse cinema, socorro!!!).

A RAZÃO DO MEU AFETO (1998) é um filme que está muito, muito a frente de seu tempo. Poderia ter sido lançado ontem, poderia ser uma série de tv (e olha que o filme estreou alguns meses antes de ''Will & Grace''. Será que serviu de inspiração?). Ninguém vai aplaudir o Paul Rudd, não existem tabus. Vemos uma moça e um homocara levando vidas normais, é um filme sobre relacionamentos complicados..

Paul descobre que seu namorado é um canalha e se muda para o ap da Jennifer Aniston. A moça descobre que está grávida mas não quer saber de casamento. Ela resolve criar seu bebê ao lado do amigo gay, por quem começou a se sentir atraída. Os dois vão se machucar nessa brincadeira. E quando essa fase dramática do filme termina, Jennifer arruma um novo namorado e Paul também. Nos minutos finais, a filha do ''estranho casal'' diz que se vê como a menina mais feliz do mundo, porque tem um monte de gente cuidando dela: os pais biológicos (que vivem separados), o novo namorado da mãe (negro) e o casal gay. Quantos filmes naquela época traziam uma família como essa?
Isso foi em 1998. Aqui no Brasil ainda temos um certo problema a respeito da definição da palavra ''família'', que vergonha.

Um comentário:

  1. E o momento musical feito por crianças mais lido de todos. ♥

    Esse filme é especial e maravilhoso.

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