25.4.16

CHP CULT


Em 1979 a Disney resolveu dar uma de moderninha investindo numa sci-fi cheia de efeitos especiais (indicados ao Oscar). ''O buraco negro'' (cadê o dvd?) foi o primeiro filme do estúdio a usar efeitos de computação gráfica.
Em 1982 a Disney resolveu pegar pesado. Gastou 17 milhões (uma fortuna na época) em TRON - UMA ODISSÉIA ELETRÔNICA.

Quando Jeff Bridges vai parar no mundo virtual, o filme é só efeitos especiais. Eu achava aquilo a coisa mais sensacional do mundo, era incrível. Mas o filme passou batido pelo Oscar (duas indicações, figurino e som) e foi visto por pouca gente (rendeu apenas 33 mi).
Ora, 1982, quantas pessoas tinham acesso a um computador? O ser humano comum simplesmente não entendia o quanto TRON estava à frente de seu tempo. O filme foi redescoberto pelos nerds na era do vhs. Apenas pelos nerds, eles entendiam a trama. Os computadores domésticos ainda eram raros. O pessoal segurou as pontas e manteve TRON vivo, haviam livros, HQs e games. Na década de 1990 TRON já era cult e novos produtos surgiram, tais como edições limitadas de action figures.

Você pode até dar uma espiada na continuação de 2010 (tem um Jeff Bridges digital espetacular), o filme tenta expandir a franquia com pouca coisa realmente nova barra interessante, tem uns lances nostálgicos, mas não tem o mesmo charme do filme original. Ele tem novos efeitos e quer chamar a sua atenção com eles. No filme de 1982 os efeitos eram realmente necessários, é outra coisa. E todo aquele lance religioso do filme original (Programas acreditando na existência dos Usuários) foi amenizado para não ofender ninguém. 

Sem TRON, a gente não teria hoje filmes como ''Matrix'', ''O passageiro do futuro'' (...), ou seriados digitais como ''Reboot'' (1994-2002). Em 1982 a internet ainda estava na idade da pedra, mas já havia um filme desbravando o cyber espaço. TRON foi o primeirão.

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