DÊ UMA CHANCE PARA ...

E aí você vê um filme todo certinho made in USA e fica com vontade de morar naquele país. Chegando lá, você descobre que há muitos obesos mórbidos andando pelas ruas, existem os novos nazistas, homofobia e preconceito racial no limite. E aí você resolve dar uma de Pamela Anderson e descobre que pouca gente entra no mar, a água é fria demais. Aquele USA que vemos nos filmes barra seriados de tv é produto de importação, não é exatamente a realidade. O pessoal por lá é conservador demais, e também são atrasados, existem criacionistas aos montes. Em 1948 o professor Kinsey abalou o país com suas pesquisas sobre o comportamento sexual norte americano. Em 2004, várias cidades conseguiram impedir a estreia do filme KINSEY, VAMOS FALAR DE SEXO. Se passaram 50 anos e a mentalidade do povão não mudou.

E olha que o filme poderia ter sido bem chocante. Mas ele deixa muita coisa de fora. Kinsey começou a estudar o comportamento sexual das pessoas quando viu que os jovens, e até os adultos, não sabiam muita coisa a respeito de sexo. Ele atravessou o país entrevistando cerca de 18 mil pessoas, com um questionário de 521 perguntas.

Ele também fazia experimentos. Fez sexo com outro homem em nome da ciência. No filme, Liam Neeson (Kinsey) foi pra cama com o Peter Sarsgaard (o cara aparece peladão, mas o ato sexual a gente não vê).

Dando uma de ''Uma mente brilhante'', o filme deixou todas as partes sujas de fora. Kinsey até fez um estudo sobre orgasmos em crianças, e descobriu 3 tipos de heterossexualidade e 3 tipos de homossexualidade. Graças ao instituto Kinsey, a OMS deixou de tratar a homossexualidade como doença, em 1986. 

Por essas e outras, o filme vale uma espiada. Mas você vai ter que pesquisar sobre o cara na internet para ver o pacote completo.

FICHA TÉCNICA

TÍTULO ORIGINAL: Kinsey
ANO: 2004
PAÍSES: eua, alemanha
DURAÇÃO: 118 min
DIRETOR: Bill Condon
ELENCO: Liam Neeson, Laura Linney, Chris O'Donnell, John Lithgow, Tim Curry e Peter Sarsgaard.
PRÊMIOS: indicado para 1 Oscar (atriz coadjuvante, Laura Linney)