DÊ UMA CHANCE PARA ...

Se me lembro bem, havia uma grotesca cena de estupro no começo do filme. Não fiquei com muita vontade de ver o restante depois disso. Mas JOANA d'ARC, de Luc Besson, fica interessante logo em seguida. O diretor queria fazer um épico e fez um épico, o filme se concentra bastante nas cenas de ação. 

Milla Jojô, cinco anos mais velha que a verdadeira Joana, não faz feio. Esse meio do filme às vezes fica com cara de documentário. Quase um ''Alexandre'' de Oliver Stone, mas é assistível. O que incomoda um pouco é que, se você não conhece a agenda de Joana, vai querer saber se o filme está ou não perto do final. São 148 minutos de duração e a brincadeira vai perdendo a graça. O próprio filme parece perder o gás nos vinte minutos finais.

O começo pode ser chocante, o meio diverte até certo ponto, e o final é inovador. Luc Besson resolveu mexer num vespeiro, um diretor francês aprontando com a santa padroeira da França. Joana realmente ouvia vozes divinas ou era apenas maluca?

Minha brincadeira favorita quando estou andando pela rua e vejo alguém falando sozinho: é louco ou é bluetooth? Às vezes eu até acerto.

E aí o filme gasta seus últimos minutos questionando a sanidade de Joana, que vai pra fogueira com caraminholas na cabeça num final bem amargo.