AMANTES ETERNOS

Chegando ao Brasil com um baita atraso, AMANTES ETERNOS precisa ser visto. É o melhor filme sobre vampiros que já vi desde ''30 dias de noite'' (a saga Crepúsculo não conta). AMANTES ETERNOS faz o tipo Anne Rice, é aquela visão romântica dos vampiros, e o diretor Jim Jarmush parece ter aprendido alguma coisa com Sofia Coppola. O filme tem cara de Sofia Coppola. Fico com vontade de refazer meu ''top 10 vampiras'', Tilda Swinton está incrível, e Tom Hiddleston também. Há 20 anos que não vejo vampiros como eles, não estão no filme para agradar garotas adolescentes deprimidas. Então tá, filme de vampiro, as leis sempre mudam. Alguns poderes você vai reconhecer e outros são novos, mas o filme não é sobre isso, há poucos efeitos. E ser vampiro é quase um detalhe na trama. É um filme sobre a imortalidade, ela é um saco.

- Você se lembra do cinco de novembro?

Adam é um músico underground que vive bem solitário numa casa cheia de coisas que ele acumulou durante a vida. Está de saco cheio de tudo e tem planos de cometer suicídio. Sua amada, Eve, está do outro lado do mundo. Ela resolve fazer uma visitinha. Eles são velhos e são espertos, há tempo de sobra para ler todos os livros do mundo sobre qualquer assunto, e também são amantes da boa música, digo, nada que seja atual demais (a trilha musical do filme é ótima). E eles precisam ser espertos na hora do lanche, está cada vez mais difícil encontrar sangue humano de boa qualidade. Num belo dia, ou seja, noite, a irmã mais nova de Eve, Ava, aparece no pedaço. Maior choque de gerações, a ''jovem'' vampira é imatura demais e prefere beber sangue da fonte, nada de saquinhos plásticos. Com eu disse, ser um vampiro é quase um detalhe nesse filme, beber sangue os deixa chapados. É como se fosse um filme sobre viciados em alguma droga qualquer. Tem drama, romance e um pouquinho de humor (às vezes negro), é um dos filmes mais apaixonantes do ano.

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