A CONSPIRAÇÃO DO PEIXE

Em 2003 fui ao cinema com meu segundo e último namorado. A gente foi ver ''procurando Nemo'', e como ele havia perdido o pai recentemente, saiu do cinema com lágrimas nos olhos. Eu deixei o cinema pensando no peixe palhaço, nunca vi um. O Drico me disse que havia um aquário onde eu poderia encontrar esse peixinho. Mas, como muitas outras atrações da capital, o lugar não abria as portas numa segunda feira.

Em 2012 vi o filme novamente nos cinemas, em 3D. Embora tenha feito uma postagem no blog dizendo que adoraria ver esse filme em 3D algum dia, o efeito foi um tanto decepcionante. Mas aí eu me lembrei do tal aquário. Eu ainda quero ver um peixe palhaço ao vivo e não digital. Foi só no mês passado que consegui visitar o aquário, lá no Ipiranga.

Eu estava com um leitor do blog, o Vitor. Era quase meio dia e a gente resolveu comer alguma coisa antes de entrar. Mas não havia nenhum restaurante por perto. O Vitor foi pedir informações para um segurança na entrada do aquário.

- Olha, o melhor lugar pra tu batê um rango é naquele lugar ali, não tem lugar melhor.

A gente foi andando naquela direção e eu fiquei pensando, eu conheço esse sotaque de algum lugar. Ah, já sei.

- Não acredito que pedimos informações para uma das tartarugas de ''procurando Nemo''.

No caminho, o Vitor imitou outros sotaques e a gente riu muito, teve até baleiês. Que maldade com o segurança do aquário. Chegamos no local e gastamos nossas últimas reservas de riso antes de entrar, o lugar se chamava ''Nemo'', sim, nós o encontramos.

No aquário, andei por todos os lados atrás do meu primeiro peixe palhaço. No fim das contas, não havia como errar, tinha um banner do filme no local (estava lá desde 2003?), mostrando os personagens e o nome das espécies. O Vitor encontrou a Dory e tirou muitas fotos.

No mesmo tanque havia um peixe palhaço, minúsculo, preso num canto superior. Ele não conseguia sair dali, não conseguia atravessar o jato de bolhas (era só nadar para baixo!!). Eu quis avisar um funcionário do aquário mas não tinha ninguém por perto. Aquele bichinho ia acabar morrendo de exaustão. Eu fiquei aflito.

Para um peixe palhaço, ele não era nada engraçado.