DÊ UMA CHANCE PARA ...

Sabe o que é interessante nesse filme? Ele é uma cópia de um filme norte americano qualquer. Ok, é uma versão bê erre de um certo filme norte americano (Glória), mas acontece que VERÔNICA usa e abusa do padrão norte americano, descaradamente. Então quer dizer que esse tal de Maurício Farias ("tal" porque não conheço o povo daqui) é fã do padrão hollywoodiano, e resolveu seguir as mesmas regras. O ritmo do filme, as cenas de ação, os diálogos. Veja bem, num filme brasileiro comum, temos um drama barra policial com crianças armadas e mulheres de TODAS as idades que são insuportável e sexualmente ativas. Sexo, seios à mostra, palavrões, tiroteio e mensagens do tipo "esse país é o pior lugar do mundo para o turismo". VERÔNICA é um filme muito mais brando em comparação, lembra uma sessão da tarde qualquer. Dá para notar que o storyboard do filme é puro gibi. 

Andréa Beltrão (uma atriz que eu adoro) é uma professora primária, do tipo bruxa que grita com os alunos que lhe tiram do sério, eis um ponto fraco no filme, sua personagem é muito mal apresentada (ela atirou no Greedo primeiro). Num belo dia, ela nota que um dos alunos não deixou a escola após o final da aula. Os pais não apareceram para buscar o garoto.

Ela oferece uma carona e, quando chega na casa do menino, encontra a cena de um crime. Os pais do garoto foram executados. O pimpolho carrega um pen drive, que lhe foi dado pelos pais, com nomes e imagens de policiais corruptos e de traficantes. Os pais foram mortos por causa do pen drive, e agora os assassinos estão atrás do garoto, já que não encontraram o pen drive na casa. 

A professora precisa proteger o menino, não pode procurar a polícia, não pode confiar em ninguém, e aí começa a fuga pela cidade. O ex namorado, Marco Ricca, pode lhe dar uma força mas, ele também é um tira. Resumo da ópera, a professora vai ter que se transformar numa Sarah Connor. 

O padrão norte americano deixa o filme com um ritmo bem acelerado, fazendo ele parecer mais curto do que já é.